O Reino Unido e a União Europeia (UE) voltaram a culpar-se mutuamente dos escassos avanços conseguidos até agora nas negociações sobre o acordo comercial que regerá as suas relações bilaterais na sequência da saída do país da UE.

«Os avanços continuam muito limitados mas as nossas conversações mantiveram um tom positivo», assegurou na sexta-feira, 5, em Londres, o chefe dos negociadores britânico, David Frost, ao concluir a quarta ronda de contactos, por teleconferência, com o seu homólogo da UE, Michel Barnier.

Frost alertou, além disso, que se chegou ao limite do que se pode lograr através do formato de conversações formais à distância, que ambas as partes decidiram adoptar devido à pandemia de Covid-19. «Se queremos avançar, está claro que temos de intensificar e acelerar o trabalho», acrescentou, dando a entender que Londres se contentaria em poder delinear, nesta etapa, as bases de um acordo equilibrado que cubra todos os temas.

Em Bruxelas, Barnier não hesitou em culpar Londres pelo atraso das negociações, cuja primeira parte deveria chegar ao fim deste mês com uma versão inicial do pacto. O negociador europeu comentou que o Reino Unido parece não compreender os termos do Tratado de Saída assinado por ambas as partes em Outubro de 2019 e que se concretizou a 31 de Janeiro passado, com a retirada do Reino Unido da UE.

Como parte do acordado, Londres e Bruxelas têm até 31 de Dezembro próximo para negociar os termos da sua futura relação comercial.