É o SNS que garante a saúde dos portugueses
Jerónimo de Sousa voltou a sublinhar a importância de criar no SNS um «programa de recuperação das listas de espera, em especial das cirurgias e tratamento», argumentando que fazê-lo é a forma de evitar que seja necessário recorrer aos privados. Esta é uma medida que se insere no «programa de emergência para o investimento no SNS» proposto pelo PCP e por isso o líder comunista não desperdiçou o ensejo para saber se o Governo «vai ou não» avançar nesse sentido.
«Ou o SNS se impõe pela resposta que dá às necessidades dos doentes ou serão os grupos económicos e os hospitais privados a dar um passo de gigante na transformação da saúde num negócio», alertou o responsável comunista, defendendo de igual modo que «é preciso reforçar o número de profissionais de saúde para que haja mais capacidade de resposta».
Daí não ter hesitado em inquirir também sobre a intenção do Governo neste capítulo: «vai ou não passar aos quadros os profissionais de saúde que foram agora contratados a prazo e contratar outros que são necessários?»
Por fim, desafiou ainda António Costa a esclarecer se vai ou não o Governo avançar, como propõe o PCP, com a «regulamentação do subsídio de penosidade e risco que tanta falta faz aos trabalhadores que trabalham nessas condições».
Também nesta matéria o chefe do Executivo se mostrou esquivo, furtando-se ao esclarecimento das questões concretas. Optou, antes, pela valorização do trabalho feito nos «últimos quatro anos», traduzido na reposição dos «cortes que tinham sido feitos no SNS», e na consagração no Orçamento do Estado de 2020 do que disse ter sido o «maior reforço de dotação inicial do SNS», bem como na «contratação de mais 17 334 profissionais de saúde».
«O SNS é mesmo a garantia de que todos os portugueses têm de acesso e resposta no plano da saúde, mesmo em situações dramáticas como a que vivemos», disse ainda o chefe do Governo, confluindo com a posição momentos antes expressa por Jerónimo de Sousa, que aduzira, por um lado, que «é o SNS a verdadeira garantia da saúde dos portugueses» e, por outro lado, que «é no investimento no SNS que está a resposta ao futuro da saúde em Portugal».
Estas são duas ideias «muito importantes», concluira o Secretário-geral comunista, depois de ter lembrado que na «fase mais aguda de combate à epidemia» houve um «grande número» de hospitais privados que «suspendeu as convenções que tinha com o SNS». Ou seja, num «momento crítico em que os serviços públicos de saúde fizeram das tripas coração para corresponder às necessidades dos portugueses, aqueles hospitais privados deixam milhares de doentes sem resposta», realçou, em tom muito crítico, Jerónimo de Sousa.