Garantir a produção, combater o vírus da exploração

João Frazão

Os muitos exemplos que nos chegam todos os dias confirmam o que dissemos na primeira hora – o surto epidémico de corona vírus, iria ser usado para acentuar a exploração, atacar direitos e conquistas dos trabalhadores e diminuir rendimentos.

O Governo deu o sinal, logo nas primeiras medidas, ao avançar logo com apoios de centenas de milhões para as empresas e cortes de mais de 30% nos salários dos trabalhadores que fossem obrigados a ir para casa, mesmo que não estivessem doentes.

Daí para cá, foi um fartar vilanagem, com despedimentos terroristas, disfarçados de cessação de contratos, imposição de férias contra a vontade dos trabalhadores, imposição de lay-off com perdas significativas de salários e outros rendimentos mensais.

O capital vê aqui, também, uma oportunidade para tomar medidas que, de outra maneira, não conseguiria.

Aos trabalhadores, por seu lado, está hoje colocada uma grande exigência.

Perante a desistência e a debandada de patrões que, à primeira curva apertada, decidem esconder-se nos seus castelos dourados, importa que os trabalhadores assumam, como sempre, este combate pela produção, para que a economia funcione, que é a mais garantida via para assegurar rendimentos e para não hipotecar o futuro.

Seguramente quem reclame que se encerre tudo, não estará a pensar nos agricultores que têm assegurado e vão continuar a assegurar alimentos para todos, ou os trabalhadores da recolha do lixo, que, pelo esforço do seu braço, impedem a propagação de doenças, do Covid-19 ou de outras.

Ao Partido coloca-se, hoje como sempre, afirmar com toda a clareza que é indispensável tomar todas as medidas necessárias para garantir condições de higiene e segurança no trabalho, a todos os que continuam e têm de continuar a trabalhar, cumprir o seu papel na defesa dos trabalhadores, do povo e do país.

Os trabalhadores, o povo e o país podem contar connosco!




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