O caminho necessário!
A situação actual coloca a necessidade de avaliar o percurso, medir a realidade em movimento e afirmar o caminho necessário. Travou-se e interrompeu-se a marcha forçada de agravamento da exploração concretizada pelo governo PSD/CDS. Avançou-se na defesa, reposição e conquista de direitos. A luta dos trabalhadores e a intervenção do PCP teve mais uma vez um papel decisivo.
Um intenso confronto de classe ocorre em Portugal
Apesar da importância desta evolução, a situação do País continua marcada por décadas de política de direita, pelas consequências duradouras do impacto do pacto de agressão subscrito pelo PS, PSD e CDS com o FMI, a UE e o BCE, e pelos condicionamentos resultantes das opções de submissão aos interesses do grande capital e às imposições da União Europeia e do Euro.
Um intenso confronto de classe ocorre em Portugal, com profundos impactos no presente e no futuro. Temos os centros do grande capital, que ao mesmo tempo que aproveitam as opções do governo minoritário do PS ao seu serviço, a desencadeiam uma ofensiva coordenada e ampla com o objectivo de criar uma dinâmica reaccionária que lhes permita de uma forma brutal atacar os direitos e interesses dos trabalhadores, pôr em causa os serviços públicos e as funções sociais do Estado, reduzir o espaço de intervenção democrática, subverter a Constituição, comprometer a soberania nacional. Temos o prosseguimento da acção do governo minoritário do PS, no quadro das suas opções de classe, que não responde aos problemas essenciais do País e acaba por os acumular.
Face à situação actual e à sua evolução coloca-se e colocar-se-á cada vez mais a questão do caminho necessário ao País, para responder aos problemas dos trabalhadores e do povo, para um Portugal com futuro.
O caminho não é a política do governo minoritário do PS com a ausência de soluções e o acumular de problemas.
O caminho não é, não pode ser, o retrocesso e dar força a opções reaccionárias e revanchistas.
O caminho é o da alternativa patriótica e de esquerda. O caminho para o País, a alternativa patriótica e de esquerda, faz-se na afirmação do seu conteúdo. Faz-se no plano da intervenção política e da acção de massas, na oposição ao governo minoritário do PS, com o esclarecimento das suas opções e a exigência de soluções para os problemas e faz-se simultaneamente no confronto com a ofensiva reaccionária e revanchista.
Afirmar a alternativa,
desenvolver a luta
O PCP não foi, não é, nem será força de apoio ao Governo e à política do PS. O PCP não foi, não é e não será instrumento de branqueamento do PSD, do CDS ou dos seus sucedâneos e aparentados do Chega e da Iniciativa Liberal e do favorecimento e promoção da sua estratégia reaccionária e revanchista.
O PCP, foi, é e será a força do compromisso inquebrantável com os trabalhadores e o povo. A força portadora da política alternativa patriótica e de esquerda, vinculada aos valores de Abril, a uma democracia avançada, política económica, social e cultural, à defesa da soberania nacional, tendo o socialismo no horizonte.
O PCP pela sua natureza e identidade tem uma estratégia e táctica assente na sua independência de classe, que não cede seja às manobras de sedução, seja à chantagem do anti-comunismo mais ou menos cavernícula e à intensidade do barulho dos tambores da comunicação do capital.
Impõe-se afirmar a alternativa, desenvolver a luta dos trabalhadores e das massas populares, promover a convergência dos democratas e patriotas e dar mais força ao Partido Comunista Português. Esse é o caminho necessário que convoca e exige a mobilização da capacidade de resistência, da iniciativa e acção militante.