CDU vota contra aumento dos preços de água e saneamento em Matosinhos
TARIFAS O vereador da CDU na Câmara Municipal de Matosinhos votou contra o aumento do tarifário de água e saneamento para 2020 por representar uma subida de 10 por cento na factura mensal da maior parte das famílias.
Os custos vão aumentar, pelo menos, 1,43 euros
LUSA
Para José Pedro Rodrigues – com os pelouros Transportes e Mobilidade e Protecção Civil – este aumento de 10 por cento, que só se concretizará após a entrada em funcionamento do tratamento secundário da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), acresce a um aumento de sete por por cento que a maior parte das famílias de Matosinhos sente desde o início do mandato do actual executivo, do PS.
A proposta «2.º Aditamento Contrato Concessão Indaqua Matosinhos», que foi aprovada no dia 11 de Fevereiro com os votos contra da CDU e do PSD em reunião privada do executivo municipal, implica a aplicação de um novo preçário, nomeadamente a incorporação de 1,43 euros nas facturas dos consumidores domésticos.
«Manifesto preocupação sobre a forma como os custos operacionais da ETAR, entrando em pleno funcionamento, vão acrescer na factura mensal dos matosinhenses, como está previsto no actual contrato de concessão, nomeadamente 1,43 euros, correspondendo a 10 por cento da despesa média das famílias de Matosinhos com água e saneamento», disse o eleito do PCP, citado pela Lusa.
Alienação inadmissível
José Pedro Rodrigues lembrou que, em 2005, a CDU foi a única força política que se opôs à concessão dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) a uma empresa privada (Indaqua) por 25 anos, por considerar «inadmissível» a alienação de competências autárquicas e de «funções sociais insubstituíveis».
Com a concessão aumentaram as tarifas e piorou a qualidade do serviço prestado. Defendendo que os serviços públicos essenciais devem ser directamente prestados pelo município, o vereador da CDU insistiu na sua gestão pública, opondo-se ao «presente rumo» que retira a gestão deste sector do controlo democrático da autarquia e o coloca ao sabor dos interesses privados em prejuízo de Matosinhos e da sua população.
Em conferência de imprensa, realizada dias antes, o PCP já tinha considerado que deveria ser feito de imediato «um levantamento real e rigoroso» das condições de saneamento no Norte do concelho e adoptadas medidas para diminuir de forma «significativa» o valor que os munícipes pagam pela ligação das suas casas ao ramal de saneamento que, actualmente, se cifra em muitas centenas de euros.