Encontro mundial anti-imperialista defende paz e soberania dos povos

UNIDADE Movimentos e forças sociais e partidos de diferentes países acordaram na Venezuela a construção de uma plataforma unitária para defender o princípio de auto-determinação dos povos e travar a ofensiva imperialista.

«Pela vida, a soberania e a paz», representantes de 73 países reuniram-se em Caracas

As delegações dos partidos políticos e movimentos sociais participantes do Encontro Mundial contra o Imperialismo, em Caracas, de 22 a 24 de Janeiro, aprovaram uma declaração final em defesa da soberania e da paz.. O documento exorta os povos do mundo a lutar pela defesa da vida, a preservação a natureza e a mobilizar vontades para superar as condições estruturais que geram a chamada mudança climática.

O texto, subscrito pelos delegados oriundos de 73 países e citado pela Prensa Latina, apoia a exigência de construir uma ordem internacional mais justa que coloque em primeiro plano os interesses dos povos e permita desenvolver políticas de inclusão para superar as desigualdades sociais e económicas que imperam entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

De igual modo, a declaração convoca os cidadãos dos países do mundo a integrar as legítimas lutas pelo progresso sócio-económico na base de uma ampla plataforma unitária contra o imperialismo norte-americano e repudia a implementação das medidas coercivas por parte dos EUA, com especial condenação pelo bloqueio económico que impõem a países como Cuba e Venezuela.

Os participantes no encontro de Caracas rejeitam também a presença de bases militares dos EUA na América Latina e nas Caraíbas e condenam as agressões cometidas pelo governo norte-americano contra os povos do Médio Oriente. Neste sentido, repudiam a violação da soberania da Síria e do Iraque, as agressões contra o Irão e o recente assassinato do general Qasem Soleimani no aeroporto de Bagdad.

A declaração final exige o respeito pela soberania da Venezuela, de Cuba e da Nicarágua, cujos legítimos governos se esforçam por manter a paz na base da independência e da democracia.

O Encontro Mundial contra o Imperialismo denuncia, além disso, a tentativa orquestrada pela Casa Branca de censurar a empresa multi-estatal venezuelana TeleSur e a iraniana Hispan TV, o que constitui uma tentativa de calar as vozes da verdade.

A condenação do golpe de estado na Bolívia, dirigido a partir de Washington, contra o presidente legítimo, Evo Morales, também está incluída na declaração.

O documento exorta os povos do mundo a lutar pela defesa da vida, a preservação da natureza e a mobilizar vontades para superar as condições estruturais que geram a chamada 'mudança climática'.

Realizado como continuidade do XXV Encontro do Fórum de São Paulo, que decorreu em Julho de 2019 em Caracas, o Encontro Mundial contra o Imperialismo reuniu representantes venezuelanos e estrangeiros, com o objectivo de debater as formas de travar a ofensiva neo-liberal na América Latina.

Sectores como os dos trabalhadores, mulheres, povos originários, afro-descendentes, jovens e estudantes, além de comunas e parlamentares, estiveram representados nas mesas de trabalho.

Com o lema «Pela vida, a soberania e a paz», o encontro abordou temáticas relacionadas com as agressões militares militares, as experiências dos governos progressistas como alternativa face ao neoliberalismo, assim como a batalha das ideias ou a política de formação da consciência anti-capitalista.




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