O sionismo é um anti-semitismo
O Partido Trabalhista britânico perdeu as recentes eleições parlamentares e está em curso a campanha para eleger o substituto de Corbyn. Tudo indica que a derrota sofrida teve sobretudo a ver com a posição ambígua (para não se dizer outra coisa) assumida em relação ao Brexit, que terá levado a que uma parte muito significativa do seu eleitorado tradicional não só votasse conservador como ao fazê-lo votasse no inenarrável Boris Johnson. Uma outra campanha terá todavia desempenhado um lugar muito relevante no ataque a Corbyn, vinda de fora e também de dentro do seu partido: a acusação de «anti-semitismo». O tema que regressa agora na disputa interna para atacar a candidata que lhe estará mais próxima.
O que esse ataque procura condenar não é o anti-semitismo mas a solidariedade ao povo palestiniano que Corbyn manifestou em várias ocasiões. Mais uma vez, querem fazer equivaler anti-sionismo a anti-semitismo.
É tempo de desmontar de vez essa falsificação política e ideológica. A denúncia e a condenação da acção e da política do Estado sionista de Israel é mais do que nunca prioritária, além do mais porque Israel constitui não só uma fonte de violência, opressão e guerra no Médio Oriente como tende a surgir em todos os continentes enquanto fornecedor de teoria, prática, métodos e equipamentos para a repressão das movimentações populares. Especializou-se com o massacre de palestinianos, exporta agora para locais tão distantes como o Nepal e o Chile.
E já agora: semitas são o «grupo etno-linguístico de falantes da língua semita, incluindo árabes, judeus e assírios» (Wikipedia). O racismo e a repressão contra o povo palestiniano ilustram bem como, nos dias de hoje, o sionismo é a expressão mais violenta do anti-semitismo.