Água Benta
Independentemente da consolidação na proposta de Orçamento do Estado de medidas positivas inscritas, pela acção do PCP, em orçamentos anteriores, o Serviço Nacional de Saúde mantém dificuldades gritantes ao nível do investimento e dos trabalhadores. Os transportes públicos exigem a aquisição de navios, comboios e autocarros. A floresta reclama uma outra atenção para não ser reduzida a cinzas. As forças de segurança precisam de mais efectivos e de mais meios para cumprir o seu papel. A cultura precisa de ver aumentado em muito a parte que lhe é dedicada. Faz falta alargar o abono de família e garantir a gratuitidade das creches. Estudantes deslocados continuam a desistir dos estudos por não conseguirem pagar um quarto. Centenas de escolas esperam pela remoção do amianto. A justiça fiscal continua em causa, designadamente, sem a actualização dos escalões do IRS. Os trabalhadores da Administração Pública continuam maltratados na proposta de OE do Governo...
Poderíamos continuar a registar problemas a que o OE do Governo do PS não dá a resposta que se impõe, porque a sua opção foi a de dar prioridade ao excedente orçamental.
Face a isto, e no primeiro dia de propostas de alteração, qual a atitude dos diversos partidos?
Pela nossa parte falam as páginas deste Avante!
Já por outros, não resisto a registar que entre as primeiras propostas do BE está a do fim da isenção do IMI das sedes partidárias. O objectivo e o alvo sabemos bem qual é. O objectivo é fragilizar ainda mais o regime democrático, através da diabolização dos partidos, e o alvo é este Partido, que faz de cada Centro de Trabalho um palco para a acção em defesa dos trabalhadores e do povo.
Mas as prioridades são como a água benta. Cada um toma a que quer. E a cedência às agendas populistas e reaccionárias também.