Colômbia quer resolver crise com agressão à Venezuela

PRO­VOCAÇÕES Sur­giram alertas contra ma­no­bras do pre­si­dente Iván Duque, um dos im­pul­si­o­na­dores da apli­cação do TIAR contra a Ve­ne­zuela, ten­tando «re­solver» a crise na Colômbia com agres­sões ao país vi­zinho.

Há de­nún­cias de pre­pa­ra­tivos de pro­vo­ca­ções contra a Ve­ne­zuela

Alertas contra as ma­no­bras do pre­si­dente co­lom­biano, na terça-feira, 3, surgem quando tem lugar em Bo­gotá uma reu­nião de con­sulta de mi­nis­tros dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros para servir como órgão de con­sulta para a apli­cação do Tra­tado Inter-ame­ri­cano de As­sis­tência Re­cí­proca (TIAR), me­ca­nismo que con­templa o uso da força mi­litar.

Foi des­ta­cado que a reu­nião se re­a­liza num am­bi­ente de pro­testos anti-go­ver­na­men­tais que se mul­ti­plicam na Colômbia desde 21 de No­vembro, com a par­ti­ci­pação de mi­lhares de pes­soas que exigem re­formas pro­fundas em áreas como a edu­cação, a saúde, o meio am­bi­ente e a se­gu­rança.

Tudo pa­rece in­dicar que Duque, em vez de en­con­trar so­lu­ções con­cretas para a dra­má­tica crise do povo co­lom­biano, ou­vindo os pro­testos po­pu­lares, pen­saria em em­barcar numa aven­tura be­li­cista de grandes pro­por­ções contra a Re­pú­blica Bo­li­va­riana da Ve­ne­zuela, de­nun­ciou o jor­na­lista Nelson Lom­bana.

O go­verno de Bo­gotá tra­ba­lharia fe­bril­mente na or­ga­ni­zação de um grande exér­cito mi­litar e pa­ra­mi­litar para levar a cabo ope­ra­ções de sa­bo­tagem na Colômbia e atri­buir tais actos a forças ve­ne­zu­e­lanas, «jus­ti­fi­cando» assim uma in­vasão da Ve­ne­zuela, es­creveu Lom­bana no sítio web do Par­tido Co­mu­nista Co­lom­biano.

A 25 de Se­tembro, Duque re­petiu nas Na­ções Unidas ata­ques contra a Ve­ne­zuela e o seu pre­si­dente, Ni­colás Ma­duro, eleito de­mo­cra­ti­ca­mente para um se­gundo man­dato em Maio de 2018. Fê-lo du­rante vá­rios mi­nutos na sua in­ter­venção no 74.º pe­ríodo de ses­sões da As­sem­bleia Geral da ONU, apesar de ter co­me­çado o seu dis­curso a ga­rantir que a Colômbia aposta numa ordem in­ter­na­ci­onal ba­seada no mul­ti­la­te­ra­lismo, na so­li­da­ri­e­dade e na au­to­nomia.

Por sua parte, Ma­duro de­nun­ciou re­cen­te­mente que na Colômbia se pre­param novas ac­ções para de­ses­ta­bi­lizar a Ve­ne­zuela e jus­ti­ficar uma in­ter­venção ar­mada.




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