Hage Geingob e Swapo vencem eleições presidenciais e legislativas na Namíbia
O presidente cessante da Namíbia, Hage Geingob, foi reeleito para um segundo e último mandato com 56,3% dos votos, segundo os dados divulgados em Windhoek pela Comissão Eleitoral.
Eleito pela primeira vez em 2014, com 87% dos votos, Geingob, também líder da Swapo, partido no poder desde a independência da Namíbia, em 1990, derrotou agora Panduleni Itula, dissidente da Swapo, que obteve 29,4% dos votos, e McHenry Venaani, dirigente do Movimento Democrático Popular (MDP), que recebeu apenas 5,3% dos votos. Concorreram 10 candidatos ao cargo de presidente.
O recuo eleitoral de Geingob registou-se na capital e em outros meios urbanos e, sobretudo, entre os eleitores mais jovens.
A Comissão Eleitoral informou também que a Swapo conquistou 65,5% dos votos para o parlamento (na legislatura anterior chegara aos 80%), a que correspondem 63 lugares, e o MDP obteve 16,6% (16 assentos, antes tinha cinco). A Swapo perdeu, assim, à justa, a maioria qualificada de dois terços na Assembleia Nacional, constituída por 96 deputados.
Onze dos 15 partidos concorrentes às legislativas conseguiram eleger deputados, entre os quais os estreantes Movimento dos Sem Terra (quatro deputados) e Combatentes da Liberdade Económica da Namíbia (dois deputados).
A afluência às urnas nas eleições gerais de 27 de Novembro foi de 60% dos cerca de um milhão e 300 mil eleitores namibianos.
A Namíbia foi o primeiro país africano a introduzir a votação eletrónica, há cinco anos. Este equipamento foi criticado pela oposição, alegando que a ausência de boletins de voto em papel aumenta a possibilidade de fraude.
A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), que enviou observadores, considerou que estas eleições «foram geralmente pacíficas, bem organizadas», permitindo aos eleitores «o exercício do seu dever democrático».
Hage Geingob, de 78 anos, lidera desde 2015 o governo da Namíbia mas, apesar dos recursos minerais, da costa atlântica rica em peixe e do crescimento do turismo, o país atravessa dificuldades económicas. A queda dos preços dos produtos minerais e a seca persistente nos últimos anos fizeram com que o PIB caísse em 2017 e 2018 e o desemprego aumentasse, em especial no seio da juventude.