Reforçar, organizar, dinamizar a luta e a iniciativa política

Rui Braga (Membro do Secretariado)

Sob a consignia «5 mil contactos» e tendo por objectivo aprofundar e alargar a intervenção junto dos trabalhadores, o Partido decidiu, em 2018, realizar uma grande acção de contactos especifica junto destes, nas empresas e locais de trabalho.

A presença do Partido nas empresas reforça a consciência dos trabalhadores

Hoje, a importância e justeza desta iniciativa, em articulação com outras linhas de intervenção do Partido, está evidenciada. Dos mais de 3500 contactos já realizados, mais de 1000 trabalhadores aderiram ao Partido. Tal número assume particular importância no reforço do Partido, mas também nos permite elevar o grau de organização e intervenção junto da classe operária e dos trabalhadores em geral, designadamente a acção organizada do Partido nas empresas e locais de trabalho.

O conhecimento mais profundo que hoje se tem sobre a realidade de certas empresas e locais de trabalho, os problemas, as aspirações, mas também as reivindicações dos seus trabalhadores, é um precioso instrumento de trabalho para o Partido. Não só pelo que permite de conhecimento da realidade concreta, mas também pelas possibilidades que abre de reforço da organização e, através desta – da ligação aos membros do Partido, pelo maior envolvimento e participação destes na vida partidária –, para o reforço da consciência social de milhares e milhares de trabalhadores.

Longe de estar esgotada, esta é uma tarefa que importa continuar, aproveitando todas as potencialidades.

Um Partido necessário e insubstituível

O PCP é o partido da classe operária e de todos os trabalhadores porque o seu Programa – Uma Democracia Avançada – Os Valores de Abril no Futuro de Portugal –, as suas propostas, a sua acção e intervenção englobam as políticas necessárias para a concretização das suas aspirações e reivindicações, tendo no horizonte uma sociedade livre da exploração, o socialismo e o comunismo.

O número de trabalhadores e outras camadas da população, homens, mulheres e jovens que aderem ao Partido, está intrinsecamente ligado à credibilidade da nossa acção e intervenção e à justeza das nossas propostas. Campanhas sistemáticas de mentira, difamação, deturpação dos objectivos do Partido, tendo com certeza efeitos negativos, não têm impedido que milhares de homens, mulheres e jovens tenham aderido ao Partido e aqui encontrem espaço para o desenvolvimento das suas capacidades de acção e intervenção social e política.

Nos últimos anos, a interrupção de uma política de agravamento da exploração, empobrecimento e declínio nacional e a adopção de medidas não só de reposição e defesa de direitos liquidados como de novos avanços, que apesar de insuficientes, eram por muitos considerados demagogia (veja-se o exemplo dos passes sociais ou dos manuais escolares gratuitos), só foram possíveis pela luta dos trabalhadores e do povo e pela decidida acção e intervenção do PCP. A actual situação do País e a sua evolução nos últimos anos tornam hoje mais evidente a necessidade de abrir caminho a uma política que rompa com a política de direita, que assuma plena resposta aos problemas dos trabalhadores, do povo e do País.

O PCP é o Partido portador dessa política. Uma política alternativa, patriótica e de esquerda, que coloque no centro das suas prioridades a valorização do trabalho e dos trabalhadores, um País desenvolvido e soberano. Uma política tão mais próxima quanto maior for a luta dos trabalhadores e do povo e o reforço do seu partido de classe – o PCP.



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