Rússia, Irão e Turquia querem solução para Síria
CIMEIRA Os dirigentes da Rússia, Irão e Turquia reuniram-se na sua 5.ª cimeira tripartida, agora em Ankara, na procura de uma solução negociada para o conflito da Síria.
É inadmissível dividir a Síria em zonas de influência
Os presidentes da Rússia, Vladímir Putin, do Irão, Hasan Rohani, e da Turquia, Recep Erdogan, comprometeram-se a redobrar esforços para chegar a uma solução negociada para o conflito sírio. Numa cimeira realizada na segunda-feira, 16, em Ankara, os debates centraram-se na situação em Idlib, região no noroeste da Síria, fronteiriça com a Turquia, onde se concentram grupos terroristas que combatem o governo de Damasco.
Na reunião, o presidente russo qualificou de produtiva e com êxito esta quinta ronda de consultas sobre a Síria no formato de Astana. Putin considerou que a zona de distensão nesse país não pode servir como trampolim para provocações militares e acrescentou que são necessários esforços conjuntos para ripostar à ameaça terrorista que se vive na cidade norte-ocidental síria de Idlib. Reconheceu, ademais, que as medidas adoptadas pelos três países resultaram num menor nível de violência na Síria.
O presidente Erdogan reafirmou que o formato de Astana continua a ser a única plataforma para a solução pacífica do conflito sírio.
Um dos temas centrais da cimeira foi o plano da Turquia de controlar uma faixa no norte da Síria, a leste do rio Eufrates, onde operam as milícias curdas denominadas Unidades de Protecção Popular (YPG). Ancara tenta travar a ofensiva do exército sírio no noroeste, ao mesmo tempo que pretende, com os EUA, estabelecer uma «zona de segurança» na região fronteiriça entre ambos os países, decisão condenada por Damasco.
Rohani opôs-se ao plano turco, sublinhando que «a soberania da Síria deverá restabelecer-se a leste do Eufrates assim como nas demais regiões». O presidente iraniano criticou a «presença ilegítima» das tropas norte-americanas nessa zona e realçou que os EUA mentiram ao prometer a retirada das suas forças.
Também o presidente Putin considerou inadmissível «dividir a Síria em zonas de influência».
A solução para o conflito na Síria, país que enfrenta desde 2011 a agressão de grupos armados apoiados pelos países ocidentais, é debatida em Genebra, sob os auspícios das Nações Unidas, e em Astana (antiga Nursultán, capital do Cazaquistão), com o apoio de Rússia, Turquia e Irão.