Governo venezuelano dialoga com sectores oposicionistas
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, destacou a relevância do convénio subscrito entre o governo e partidos oposicionistas para impulsionar conversações, conforme os princípios de soberania e autodeterminação do país.
«A assinatura do primeiro acordo de paz, entendimento e convivência entre a oposição venezuelana e o governo a que presido é um passo acertado e necessário, que abre todas as portas ao diálogo, em função da estabilidade política e da felicidade social do povo venezuelano», escreveu Maduro, na terça-feira, 17, na rede social Twitter, citado pela Prensa Latina.
Reunidos na véspera em Caracas, na Casa Amarela (sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros), assinaram, pela parte do governo, a vice-presidente executiva, Delcy Rodríguez, e o vice-presidente para a Comunicação, Cultura e Turismo, Jorge Rodríguez, que além disso é o chefe da delegação para o diálogo. Como representantes dos partidos da oposição assinaram Claudio Fermín (Soluciones para Venezuela), Timoteo Zambrano (Cambiemos), Luís Romero (Avanzada Progressista) e Felipe Mujica (Movimiento al Socialismo).
As duas partes estabeleceram seis pontos de acordo, tais como a incorporação do grupo do Partido Socialista Unido da Venezuela na Assembleia Nacional, uma nova composição do Conselho Nacional Eleitoral e a defesa dos direitos legítimos da Venezuela sobre a região de Esequibo, como contempla o Acordo de Genebra de 1966.
Acordaram, além disso, a rejeição da aplicação de sanções económicas contra o país, violadoras do Direito Internacional, e a aplicação do programa de intercâmbio de petróleo por alimentos, medicamentos e consumíveis para serviços básicos, em concordância com os mecanismos técnicos existentes no sistema das Nações Unidas.
Apesar dos acordos alcançados, o governo bolivariano reafirmou a sua recusa em negociar com a extrema-direita da oposição, chefiada por Juan Guaidó e outros representantes desse sector.