Lisboa exige Lula livre já nos 500 dias da sua prisão
Dezenas de pessoas concentraram-se ao final da tarde de anteontem, 20, no Largo de Camões, em Lisboa, para participar num acto de solidariedade com o antigo presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, preso há 500 dias por motivos políticos. A acção inseriu-se na Jornada Internacional de Solidariedade: 500 dias de injustiça, promovida pelo Comité Internacional Lula Livre, com expressão em diversos pontos do mundo.
Numa nota do núcleo do PT em Lisboa, que convocou a iniciativa, denuncia-se a «ruptura do Estado Democrático de Direito no Brasil» e a «injustiça e ilegalidade» do processo movido contra o antigo presidente, para o impedir de concorrer às eleições, nas quais se assumia como o candidato «com mais intenções de votos no processo eleitoral» e favorecendo a «ascensão de um candidato fascista ao poder».
O CPPC, que se solidarizou com a jornada, emitiu nesse mesmo dia uma nota sobre o assunto, na qual considera a prisão de Lula uma «ulterior etapa do autêntico golpe de Estado perpetrado pela oligarquia brasileira, com o apoio dos Estados Unidos da América, com vista à inversão de importantes avanços sociais alcançados pelos governos dirigidos por Lula da Silva e Dilma Rousseff e a travar os processos de integração soberana ao nível da América Latina e Caraíbas, de que o Brasil era um dos impulsionadores».
Na preparação e concretização desse golpe, acrescenta o CPPC, «estiveram envolvidos partidos políticos, grupos económicos, sectores do poder judicial e órgãos de comunicação social. Estes, afastando Dilma Rousseff da presidência do país e impedindo a candidatura de Lula da Silva, abriram caminho à vitória eleitoral de Jair Bolsonaro, com o seu programa de destruição de direitos democráticos, laborais e sociais, de entrega de empresas e recursos à gula de interesses externos e de alinhamento total com a estratégia dos EUA de dominação regional».