Associação de Juristas Democratas contra a reabilitação do fascismo
«À imagem do que vai sucedendo um pouco por todo o mundo, também em Portugal assistimos à tentativa, criminosa sublinhe-se, de recuperação histórica do fascismo, movimento ao abrigo do qual se realizou o encontro de extrema-direita, em Lisboa, no dia 10 de Agosto de 2019. Este encontro representa mais um passo no processo de branqueamento e banalização histórica de uma ideologia que foi responsável pelo sofrimento, morte e perseguição de milhões de pessoas em todo o mundo», considera a Associação Portuguesa de Juristas Democratas.
Em nota enviada à comunicação social, a APJD sublinha também que «a afirmação dos valores da liberdade, da democracia e da dignidade da pessoa humana – direitos fundamentais consagrados na Constituição da República Portuguesa (CRP) de 1976, a constituição que a revolução de 25 de Abril de 1974 nos deu –, exige de todos os democratas o mais veemente repúdio e oposição em relação a um processo continuado que, passo ante passo, e contando com a cumplicidade de grande parte da comunicação social, visa recuperar para o espaço político uma das formas mais agressivas e criminosas de organização social e política conhecidas na história humana: o fascismo».
Apesar de a CRP proibir organizações que «perfilhem a ideologisa fascista», lembra a APJD, «esta ideologia criminosa tem encontrado o seu espaço por entre a cumplicidade intencional de sectores reacionários presentes na sociedade portuguesa, e com a cumplicidade negligente de sectores que, à sombra de uma pretensa “tolerância” com expressões individuais do pensamento, acabam por dar a este tipo de movimentos precisamente o que pretendem: atenção e espaço político».
Neste sentido, a APJD manifestou o seu «repúdio em relação ao encontro de organizações fascistas realizado em Lisboa», e aproveitou «para saudar todas as organizações democráticas que estão na linha da frente ao combate ao fascismo e às ideias que promove».