Sistema eléctrico da Venezuela recupera após nova sabotagem

ATAQUE A Venezuela sofreu um ataque electromagnético contra a Hidroeléctrica Simón Bolívar, a maior do país. O governo responsabilizou os EUA pela sabotagem e acusou a oposição de conivência.

Os EUA procuram um incidente que justifique uma intervenção

A Corporação Eléctrica Nacional da Venezuela (Corpoelec) informou na terça-feira, 23, que o serviço de energia eléctrica em Caracas foi restabelecido na totalidade, após nova sabotagem contra o Sistema Eléctrico Nacional (SEN), verificada na véspera.

A empresa revelou que prosseguem os trabalhos para recuperação parcial do sistema em estados como Mérida, Trujillo, Barinas e Aragua. Na segunda-feira à noite, a Corpoelec já tinha reportado o restabelecimento do fornecimento de energia, com algumas interrupções, nas regiões de nova Esparta, Bolívar, Táchira, Lara e Anzoátegui.

O ministro da Energia, Freddy Brito, revelou que o «apagão» foi consequência de um novo ataque electromagnético à Hidroeléctrica Simón Bolívar, no Estado de Bolívar, central que gera 70 por cento da electricidade da Venezuela.

O presidente da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela, Diosdado Cabello, acusou a oposição interna de recorrer a novas sabotagens eléctricas, depois do seu fracasso nas tentativas para desestabilizar o país.

No seu programa radiofónico Vemo-nos na Rádio, Cabello explicou que os problemas do SEN resultam de uma nova vaga de acções da direita, semelhantes às levadas a cabo em Março e Abril, quando lançaram um ataque terrorista à Hidroélectrica Simón Bolívar. Na ocasião, apesar do bloqueio imposto pelo governo norte-americano, que impediu a aquisição de peças de substituição e consumíveis, a Venezuela conseguiu superar os estragos provocados pela sabotagem e normalizar o abastecimento de energia eléctrica.

 

Oposição cúmplice

Cabello alertou também para a detecção pelas autoridades venezuelanas de um avião de reconhecimento e espionagem electrónica, pertencente à marinha de guerra dos EUA, o qual sobrevoou a Venezuela de modo furtivo, sem identificar-se e em atitude de provocação contínua. «Washington procura um incidente que atinja maiores proporções de modo a ter justificação para actuar contra o país», alertou.

Segundo o dirigente venezuelano, após a correcta actuação da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), que expulsou do espaço aéreo o aparelho espião, a Casa Branca emitiu um comunicado acusando Caracas de ter «fustigado e agredido» a tripulação militar norte-americana e de a ter forçado a deixar de «fazer o seu trabalho» de acordo com as leis internacionais.

Além disso, o também primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) realçou que a incursão ilegal do avião dos EUA na Região de Informação de Voo de Maiquetía não está desligada da sabotagem do SEN. E lembrou que vários porta-vozes oposicionistas já tinham previsto, «quais profetas», um acto deste tipo, o que demonstra a sua conivência com a sabotagem.

Para Cabello, o Plano Nacional de Contingência permitiu uma resposta imediata dos serviços básicos nos hospitais, nos sistemas de transporte, no abastecimento público de água e no plano da segurança, assegurando ao mesmo tempo que o restabelecimento do fornecimento da energia eléctrica decorra de maneira escalonada «mas no menor tempo possível».

 



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