EUA reforçam poderio militar no Médio Oriente

ES­CA­LADA Os EUA anun­ci­aram uma nova e dita «co­li­gação in­ter­na­ci­onal» usando como pre­texto a «pro­tecção» das rotas de na­ve­gação do Médio Ori­ente, o que se in­sere na es­ca­lada de con­fron­tação com o Irão.

Está em curso uma es­ca­lada mi­litar dos EUA contra o Irão

Os EUA e ali­ados estão a re­forçar o po­derio mi­litar no Médio Ori­ente, em ar­ma­mento e tropas, a pre­texto da cres­cente tensão com o Irão, pro­vo­cada pela re­ti­rada uni­la­teral norte-ame­ri­cana do acordo nu­clear com aquele país, em 2018, e da im­po­sição pelos EUA – e à margem das Na­ções Unidas – de se­veras san­ções eco­nó­micas contra o Irão. Washington anun­ciou que está a de­sen­volver uma «ope­ração in­ter­na­ci­onal» usando como pre­texto o as­se­gurar a na­ve­gação «livre e se­gura» nas prin­ci­pais vias ma­rí­timas do Médio Ori­ente, «à luz dos re­centes acon­te­ci­mentos na re­gião do Golfo Pér­sico», se­gundo o Co­mando Cen­tral norte-ame­ri­cano, o CentCom.

Se­gundo o Pen­tá­gono, tratar-se-ia de «um es­forço ma­rí­timo mul­ti­na­ci­onal», de­no­mi­nado Ope­ração Sen­ti­nela, cujo ob­jec­tivo seria «pro­mover a es­ta­bi­li­dade ma­rí­tima, ga­rantir a pas­sagem se­gura e re­duzir as ten­sões em águas in­ter­na­ci­o­nais» ao largo do Golfo Pér­sico, do Es­treito de Ormuz, do Es­treito de Bab-el-Mandeb e do Golfo de Omã. O novo passo na es­piral de con­fron­tação, mi­li­ta­ri­zação e pro­vo­cação pro­mo­vida pelos EUA e seus ali­ados surgiu de­pois dos Corpos da Guarda Re­vo­lu­ci­o­nária do Irão terem apre­sado um pe­tro­leiro de ban­deira bri­tâ­nica «por ig­norar as normas e os re­gu­la­mentos ma­rí­timos in­ter­na­ci­o­nais ao atra­vessar o Es­treito de Ormuz».

O Reino Unido – que havia an­te­ri­or­mente apre­sado, sob as or­dens dos EUA, um pe­tro­leiro ira­niano em Gi­braltar –, por seu lado, alertou hi­po­cri­ta­mente para as «con­sequên­cias», caso Te­erão não li­berte o navio Stena Im­pero.

Com a dita Ope­ração Sen­ti­nela, o CentCom pro­cura co­or­denar as ma­ri­nhas de vá­rios países, tanto da re­gião como da Eu­ropa e do resto da Ásia, in­se­rindo-as e uti­li­zando-as para a con­ti­nu­ação da sua es­tra­tégia de tensão e de guerra no Médio Ori­ente, agora contra o Irão, país rico em re­cursos ener­gé­ticos, como o pe­tróleo.

Já na se­mana pas­sada, o chefe do es­tado-maior con­junto das Forças Ar­madas dos EUA, ge­neral Jo­seph Dun­ford, tinha anun­ciado que Washington pre­tendia criar uma co­li­gação mi­litar in­ter­na­ci­onal para «vi­giar» – isto é, con­trolar mi­li­tar­mente – as águas à volta do Irão e do Iémen.

Re­corde-se que na sexta-feira, 19, o pre­si­dente Do­nald Trump man­teve a versão de que o navio de guerra USS Boxer der­rubou um drone ira­niano no Es­treito de Ormuz, o que foi des­men­tido pelas au­to­ri­dades de Te­erão. «Não per­demos ne­nhum drone no Es­treito de Ormuz nem em ne­nhuma outra parte. Re­ceio que o USS Boxer tenha aba­tido um dos seus por erro», res­pondeu o vice-mi­nistro ira­niano dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros, Abbas Araqchi.

 

Mais tropas dos EUA
para a Arábia Sau­dita

Os EUA en­vi­arão tropas adi­ci­o­nais e equi­pa­mento mi­litar para a Arábia Sau­dita, in­formou o De­par­ta­mento de De­fesa.Trata-se de uma de­cisão que visa for­ta­lecer a pre­sença mi­litar norte-ame­ri­cana no Golfo Pér­sico, o que é apon­tado como um passo que se in­sere na pre­pa­ração das con­di­ções ne­ces­sá­rias a uma fu­tura agressão ao Irão.

O se­cre­tário de De­fesa em fun­ções, Ri­chard Spencer, au­to­rizou o envio de pes­soal mi­litar, em nú­mero não re­ve­lado, «a con­vite e em co­or­de­nação com a Arábia Sau­dita».

Aliado in­con­di­ci­onal dos EUA no Médio Ori­ente, a Arábia Sau­dita in­tervém de ma­neira ac­tiva nas agres­sões mi­li­tares à Síria e ao Iémen e é um dos mais im­por­tantes pro­ta­go­nistas, a par de Is­rael, na pro­moção per­ma­nente da con­fron­tação contra o Irão.

 

Es­piões de­tidos

A Re­pú­blica Is­lâ­mica do Irão prendeu e iden­ti­ficou 17 es­piões da Agência Cen­tral de In­te­li­gência (CIA) dos EUA, foi anun­ciado na se­gunda-feira, 22, em Te­erão.

Uma fonte do Mi­nis­tério da Se­gu­rança ira­niano, ci­tada pela agência IRNA, adi­antou que aos sus­peitos foram apren­didos do­cu­mentos, al­guns re­me­tidos ao poder ju­di­cial.

Os es­piões tra­ba­lhavam em «cen­tros sen­sí­veis e crí­ticos» es­ta­tais e pri­vados do país li­gados à eco­nomia e às es­feras nu­clear, mi­litar e ci­ber­né­tica. A CIA terá re­cru­tado os agentes ofe­re­cendo di­nheiro e pro­me­tendo em­pregos nos EUA.

O pre­si­dente Trump diz que «a no­tícia de que o Irão cap­turou es­piões da CIA é to­tal­mente falsa», tra­tando-se de «men­tiras e pro­pa­ganda».

 



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