Bonifácio, Cavaco & Companhia

Carlos Gonçalves

Estes são dias de luta, confiança e esperança, em que os trabalhadores e o povo avançam para novos combates de classe, de massas, políticos e eleitorais, cujo desfecho decidirá do futuro próximo do País – se vai ou não consolidar direitos, aproximar a ruptura com a política de direita e avançar para a construção da alternativa patriótica e de esquerda.

E são dias de uma batalha ideológica muito difícil, travada em condições absolutamente desfavoráveis, em que o grandíssimo capital comanda a superestrutura – o quadro ideológico, as leis e seus agentes, os aparelhos e instrumentos (mediáticos e outros) de condicionamento do que é «permitido» pensar, mesmo que «moderadamente do contra».

É este o quadro da infâmia de certos «Patrícios» a quem tudo seria devido, o que os leva a dizer o que lhes vai na alma, ou a mentir com a mais brutal arrogância.

Fátima Bonifácio, «intelectual consagrada» da direita ultra, heroína do PNR, escreve num texto repelente, intrinsecamente racista e xenófobo, que ciganos e africanos são estranhos aos «valores morais» da «entidade civilizacional e cultural milenária que dá pelo nome de Cristandade»(!) e não «descendem dos Direitos do Homem da Revolução Francesa»(!) e que assim deve continuar.

E Cavaco Silva, «inenarrável reaccionário», que confrontado com a denúncia de financiamento ilegal pelo BES da sua candidatura a PR em 2011, diz que «nunca acompanhou financiamentos de campanhas», «nem foi amigo de Ricardo Salgado». Tão «verdadeiro e impoluto» como na amizade com Oliveira e Costa e o bando do BPN.

São dois exemplos do que hoje está em causa. É imperioso que Bonifácio, Cavaco e a política de direita, de PS, PSD e CDS, que os conforta e acompanha, se acabem no caixote de lixo da história.




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