CDU é a força da esperança numa vida melhor
CONFIANÇA A CDU é a «grande força propulsora da mudança que o País precisa» e todos os caminhos para o seu reforço «estão em aberto», afirmou Jerónimo de Sousa no dia 27, na apresentação dos candidatos pelo círculo eleitoral de Lisboa.
A 6 de Outubro, a opção é entre avançar ou andar para trás
O renovado Largo do Intendente, no coração da capital, acolheu no final do dia centenas de activistas da CDU que ali foram conhecer – e apoiar – os 15 primeiros candidatos da coligação PCP-PEV às legislativas de 6 de Outubro pelo círculo eleitoral de Lisboa. E foi com entusiasmo que ouviram o presidente da direcção da Associação Intervenção Democrática, João Geraldes, anunciá-los um a um, revelando uma lista que afirma «quadros jovens com capacidade e provas dadas» e inclui outros, com percurso e experiência em «importantes áreas de actividade e de intervenção social e política».
Nesta lista – encabeçada, já se sabia, pelo Secretário-geral do PCP – destaca-se a presença de jovens, de dirigentes sindicais e associativos e de eleitos no poder local, membros das forças que integram a CDU e independentes (ver lista de candidatos nas páginas 8 e 9). Os candidatos apresentados, acrescentou João Geraldes, iniciarão desde já o contacto directo com os trabalhadores e as populações. Terão ao seu lado não apenas os restantes membros da lista, que serão conhecidos mais adiante, como também os muitos milhares de activistas da CDU em todo o vasto distrito de Lisboa. Assim se levará muito mais longe, confia, a ideia de que o projecto da CDU «é o que melhor defende os interesses dos trabalhadores, do povo e do País».
As razões pelas quais assim é explicou-as Jerónimo de Sousa, na intervenção que encerrou a sessão: o papel que PCP e PEV assumiram no afastamento do governo PSD/CDS e na interrupção da sua política; a sua acção insubstituível na defesa, reposição e conquista de direitos e rendimentos; e a luta que tenazmente travam para ir mais longe na solução dos problemas nacionais foram aspectos sublinhados.
Opções de futuro
Apesar dos avanços alcançados – «a pulso», lembrou o dirigente comunista –, a situação política saída das eleições de 2015 conteve a ofensiva do grande capital, protagonizada pelo anterior governo, mas não derrotou a política de direita. Pelo contrário, garantiu Jerónimo de Sousa, «ela sobrevive nos seus traços mais determinantes nas opções da governação do País, pela mão do PS, em convergência com PS e PSD».
Daí que nas próximas eleições esteja colocada aos portugueses «a escolha entre dois caminhos: avançar no que se conquistou e responder aos problemas do País, dando mais força à CDU, ou andar para trás, pela mão de PS, PSD e CDS». O dirigente do Partido deixou ainda um alerta: «se o PS tiver as mãos completamente livres, o que foi alcançado corre o sério risco de andar para trás, da mesma forma que andará com PSD e CDS se reunissem condições para tal.»
A coligação que une comunistas, ecologistas e democratas independentes é, assim, a opção certa para todos quantos aspiram a ver o País seguir um rumo «verdadeiramente alternativo para resolver os problemas nacionais». O apelo deixado pelo dirigente comunista e primeiro candidato pelo círculo eleitoral de Lisboa é para todos, «incluindo a quem nunca votou na CDU», os que querem que o País avance «nos salários e pensões, nos serviços públicos e funções sociais do Estado, no investimento público e na dinamização económica, na produção nacional e no trabalho com direitos».
Questão é económica
e não geracional
Antes, já a dirigente do Partido Ecologista «Os Verdes» e quarta candidata na lista apresentada, Mariana Silva, tinha valorizado o que se alcançou nos últimos anos e destacado a necessidade de se continuar a avançar em áreas sociais e económicas, mas também na protecção da natureza e da biodiversidade. Sem mudança de política, garantiu, «as mudanças do clima vão prosseguir».
Mariana Silva realçou, em seguida, que a luta pela «descarbonização, por um ambiente sadio e pela vivência em harmonia com a natureza, é uma luta de todos», independentemente da idade de cada um. Rejeitando a transformação desta numa questão geracional, Mariana Silva recusou atribuir culpas pela degradação do ambiente aos que, há décadas, «iam descalços para a escola, escreviam em ardósias e não sabiam o que era desperdício alimentar». A luta é, sim, entre os que «defendem modos de produção sustentáveis e os que exploram recursos até à sua finitude para assegurar a apropriação da riqueza, sem se importarem com as consequências».
Numa sessão apresentada pela actriz Marina Albuquerque, o músico Jorge Rivotti revisitou vários temas do cancioneiro português, acabando por resumir, cantando, o que estará em causa a 6 de Outubro: «para melhor, está bem está bem, para pior já basta assim...».