Crescer, reforçar a CDU e Festa do Avante! são as grandes prioridades da JCP
JUVENTUDE A Direcção Nacional (DN) da JCP analisou a situação política e social dos jovens portugueses, bem como traçar linhas de acção para intensificar a luta e o reforço da organização.
Dar a conhecer as propostas necessárias para avançar
Sobre as «Eleições 2019», a DN analisou o resultado eleitoral do passado dia 26 e considerou que as eleições legislativas (6 de Outubro) e as regionais da Madeira (26 de Setembro) são «importantes batalhas eleitorais, decisivas para determinar o rumo da vida política nacional e a vida do povo português para os próximos anos».
Para «dar mais força» à necessidade de «garantir a conquista e reposição de direitos», a DN afirma que as próximas eleições são a «tarefa imediata de toda a organização, fazendo crescer o número de jovens que apoiam a CDU, chegando a mais locais, dando a conhecer as propostas necessárias para avançar».
Junto da juventude
A Festa do Avante! é outra das prioridades apontadas. «A divulgação da Festa nas escolas e nos locais de trabalho a partir do jornal dos artistas, do Agit especial da Festa do Avante! e de outros meios de propaganda, nos espaços onde se encontra a juventude, bem como a venda e compra antecipada da EP, são tarefas prioritárias de toda a organização», acentua a DN da JCP, valorizando o «regresso do Comboio da Festa!», a «realização e divulgação das eliminatórias do Concurso de Bandas do Palco Novos Valores até ao fim de Junho» e a «implantação da Festa» a partir de 29 de Junho.
Tarefa central da organização é também a campanha «Avançamos com a força da juventude», na qual se insere o 40.º aniversário da JCP, em Novembro, e as comemorações dos 45 anos da Revolução de Abril. «É essencial a afirmação destas comemorações junto da juventude através da intervenção, propaganda, murais, entre outros, bem como o reforço da organização», destaca a Resolução Política (RP) da JCP.
Precariedade laboral
Para a JCP, a situação dos jovens trabalhadores mantém-se marcada pela precariedade, baixos salários e desregulação de horários. Destaque, entre outras lutas, para o dia 28 de Março, marcado por greves, concentrações e manifestação nacional, convocada pela Interjovem/CGTP-IN, sob o lema «Temos direitos! Queremos estabilidade!», por emprego seguro, estável, com direitos e condições, erradicação da precariedade, reposição do tratamento mais favorável ao trabalhador e fim da caducidade da contratação colectiva, aumento geral do salário, redução do horário de trabalho, sem perda de salário, e a regulação do mesmo.
A DN sublinha a importância da realização a 26 de Junho do Encontro Nacional de dirigentes, delegados e activistas da Interjovem, com o tema «Organizar os jovens trabalhadores, reforçar Interjovem e os sindicatos, avançar na luta!», que visa o reforço e revitalização do trabalho sindical e a preparação do XIV Congresso da CGTP-IN.
Insegurança no mundo
No plano internacional, os jovens comunistas alertam para a «política de agressão e ingerência» dos EUA e seus aliados, em especial sobre o Médio Oriente, a América Latina e África, rejeitam «a crescente militarização da União Europeia e a sua afirmação enquanto pólo europeu da NATO», bem como os «blocos político-militares», e valorizam «as acções de protesto» convocadas pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação em torno dos 70 anos da fundação da NATO.
Ensino para todos
Sobre a «situação política e luta da juventude», a DN da JCP, reunida em Lisboa nos dias 1 e 2 de Junho, alerta para o «subfinanciamento da Educação» no Ensino Básico e Secundário, que se reflecte na «falta de condições materiais e humanas das escolas, persistindo a necessidade urgente de obras em várias infra-estruturas».
No documento, os jovens comunistas reafirmam a necessidade de pôr fim aos Exames Nacionais no Ensino Básico e Secundário, «por constituir um elemento que elitiza o ensino e divide os estudantes» e «uma barreira no acesso ao Ensino Superior». Por outro lado, valorizam a «conquista da gratuitidade dos manuais escolares nos 12 anos de escolaridade obrigatória».
Relativamente ao Ensino Profissional e vias profissionalizantes, a JCP dá conta da «continuação» de «velhos problemas», como a sobrecarga horária, um regime de faltas injusto e penalizador, abusos nos estágios e atrasos nos pagamentos dos subsídios de transporte e alimentação aos estudantes. «A própria liberdade de organização continua a ser uma miragem para muitos destes estudantes, uma vez que existem fortes impedimentos para a participação e criação de associação de estudantes», criticam os jovens comunistas.
A DN da JCP chama ainda a atenção para a proposta do ministério da Educação que procura reformular o modelo de acesso dos estudantes da via profissional ao Ensino Superior, criando um concurso especial que não exclui o concurso nacional. A alteração será posta em prática no próximo ano lectivo, a título experimental.
Também no Ensino Superior são muitos os problemas que os estudantes enfrentam, desde a insuficiência das residências e bolsas de Acção Social Escolar e os atrasos na sua atribuição, aos problemas materiais das instituições ligados aos espaços insuficientes e degradados, bem como problemas pedagógicos referentes aos métodos e calendários dos exames.
Problemas ambientais
Abordada é também a luta da juventude pelo futuro e pela resolução dos problemas ambientais. «Urge esclarecer e desmistificar as verdadeiras causas dos problemas ambientais, desconstruir falsas soluções assentes na responsabilização individual ou na mercantilização do ambiente», refere a JCP, salientando que «a raiz do problema está no sistema capitalista e no seu modo de produção que explora insustentavelmente a natureza e os recursos naturais».