Com a CDU mais forte, mais fortes serão os trabalhadores
CASTELO BRANCO «Enquanto os socialistas davam os parabéns ao PSD e os bloquistas diziam que o escrutínio dera uma coisa boa e uma má, fomos os únicos a levantar a voz e a regozijarmo-nos com a derrota da direita», referiu João Ferreira na Covilhã.
Há uma injusta distribuição da riqueza com a fatia do trabalho a minguar
O cabeça de lista da CDU às eleições para o Parlamento Europeu esteve no distrito de Castelo Branco para espalhar a voz da Coligação e as linhas mestras do programa eleitoral que defende.
A função, levada a cabo no passado dia 10, terminou com a sessão pública «As eleições para o Parlamento Europeu», no magnífico salão da Banda da Covilhã, cujo presidente deu as boas-vindas a João Ferreira e desejou-lhe as maiores felicidades. Antes das intervenções, quatro jovens da casa saudaram musicalmente o 25 de Abril
Num passo da sua intervenção, João Ferreira chamou a atenção para o facto de este não ser, «um governo de esquerda, mas um governo minoritário do PS, com todas as contradições e compromissos daquele partido».
O candidato apontou a injustiça da distribuição da riqueza, em «que a fatia do trabalho minguou e a do capital engordou», a posição do PS face à precariedade, da «qual os patrões se podem aproveitar desde que paguem uma taxa», do alargamento do período experimental, das vantagens falaciosas da entrada para o UE e da adesão à moeda única.
As amarras do PS
Ana Leitão, candidata ao PE pelo distrito, afirmou que são necessárias e urgentes medidas para impulsionar o desenvolvimento, estancar o despovoamento, parar com a destruição dos serviços públicos e reforçar a coesão social, o que «só será possível com outra Europa».
Por sua vez, Isabel Souto, candidata pelo PEV, depois de enumerar os avanços alcançados, sublinhou que «poder-se-ia ter ido mais longe, não fosse o PS de sempre continuar amarrado às correntes e tratados da UE, virada para defender os interesses dos grandes grupos económicos, pondo em causa a nossa própria soberania». Nesse «mais longe» incluiu a abolição das portagens na A23, que «têm levado ao definhamento do tecido empresarial de Castelo Branco».
A sessão foi conduzida pelo professor universitário e mandatário distrital Luís Lourenço, que chamou a atenção para a importância do acto eleitoral e apresentou cada um dos candidatos com finura e uma pontinha de humor.
A jornada arrancou com uma troca de impressões com os funcionários da limpeza do município escalabitano, acorrendo depois o candidato à mudança de turno da APTIV, antes chamada Delphi, uma multinacional que produz componentes eléctricos para automóveis e é a maior empregadora da região. Praticamente nenhum trabalhador rejeitou os documentos eleitorais que João Ferreira lhes entregou. Segui-se uma arruada em Tortosendo. O candidato entrou praticamente em todas as lojas de umas das principais artérias da vila e falou cordialmente com as muitas pessoas que o abordaram.