Na conferência de imprensa realizada na sexta-feira, 12, o Secretário-geral do Partido, acompanhado na mesa por Ângelo Alves, da Comissão Política, e por João Ferreira e Sandra Pereira, primeiro e segunda candidatos na lista da CDU ao Parlamento Europeu (PE), começou por sublinhar que os compromissos assumidos no documento resultam da «análise responsável e verdadeira» da situação do povo e do País, e de uma intervenção «coerente» e «inigualável».

Nesse contexto, a CDU e os seus candidatos não temem comparações. «Bem pelo contrário, queremos e desafiamos todos os outros a compararem a sua intervenção com a dos deputados do PCP», acrescentou.

O que está a suceder na pré-campanha, porém, é uma fuga ao «debate eleitoral», considerou ainda Jerónimo de Sousa, que acusou PS, PSD e CDS de o fazerem porque «naquilo que é essencial estão todos de acordo».

Com a apresentação da Declaração Programática, realçou também o Secretário-geral comunista, pretendemos «dar visibilidade ao conteúdo da política que defendemos para Portugal e para a Europa». Nesse sentido, garantiu que «o PCP não desistirá nem um minuto de levar por diante uma campanha de esclarecimento e de real debate político».

Oportunidade para avançar

O cabeça-de-lista da CDU ao PE, por sua vez, salientou que «a realidade do País e os profundos problemas estruturais que enfrenta confirmam que o caminho verdadeiramente alternativo para resgatar Portugal da dependência e para libertar recursos para o seu desenvolvimento, exige a ruptura com a política de direita» e «com a sujeição aos interesses do grande capital e a submissão ao Euro e às imposições da União Europeia».

«A situação na Europa exige uma profunda reflexão» acerca das reais causas dos problemas que se avolumam em diversos domínios. «Não fazer esse questionamento e insistir nos caminhos que trouxeram a Europa até este ponto – o caminho da integração capitalista europeia – é permitir a continuação de um rumo que poderá ter consequências dramáticas para todos os povos», concluiu João Ferreira, antes de dar a conhecer os eixos programáticos do PCP assentes na elevação dos direitos laborais e sociais; no direito ao desenvolvimento soberano e por relações mutuamente vantajosas; numa cooperação entre Estados soberanos e iguais em direitos, respeitadora da democracia; na promoção de relações de amizade, de cooperação, de solidariedade com todos os povos do mundo e numa Europa que respeite e promova a cultura, a diversidade e o intercâmbio cultural.