Pela Paz! Não à NATO!
Viver em paz é um direito de todos os povos
Têm tanto de confrangedor quanto de preocupante a declaração dos ministros de negócios estrangeiros e as diversas intervenções proferidas pelos responsáveis da NATO, a 4 de Abril passado, por ocasião dos 70 anos deste bloco político-militar.
É confrangedor o nível da hipocrisia, da mentira e da ocultação a que pública e cinicamente se entregaram (e entregam) para deturpar a história, dissimular o carácter agressivo e fazer esquecer as criminosas guerras de agressão da NATO e as suas brutais e hediondas consequências.
Os exemplos poderiam ser muitos… Nem uma palavra sobre o seu apoio aos terroristas do UCK e a guerra de agressão contra a Jugoslávia, país na Europa que rejeitava a sua adesão à NATO e à União Europeia. Nem uma palavra sobre as consequências da guerra de agressão ao Afeganistão e a interminável presença da NATO neste país da Ásia central. Nem uma palavra sobre a guerra de agressão ao Iraque, que expôs momentaneamente interesses discrepantes quanto a este país do Médio Oriente no seio da NATO. Nem uma palavra sobre a guerra de agressão à Líbia e a destruição deste país do Norte de África. Nem uma palavra sobre o seu apoio aos grupos terroristas, a guerra de agressão à Síria e a ocupação de parte deste país do Médio Oriente. Nem uma palavra sobre as monumentais e recorrentes campanhas de provocação e vil mentira que protagoniza. Nem uma palavra sobre o seu imenso rol de ilegalidades, a sua sistemática afronta à Carta das Nações Unidas e ao direito internacional, o seu mais violento desrespeito pelos direitos humanos, pela liberdade, pela soberania, pela democracia. Nem uma palavra sobre a barbárie, sobre as muitas centenas de milhares de mortos, sobre o imensurável sofrimento, sobre a colossal destruição e sobre o saque, pelos quais é responsável…
São hipócritas, mentem e ocultam, pretendendo fazer esquecer as responsabilidades da NATO, porque a sua intenção é não só continuar, como instigar a sua acção belicista e agressiva. Para tal continuam a brandir com a ameaça do terrorismo, que eles próprios cinicamente estimulam e apoiam de forma instrumental; fomentam o mais descarado cerco, confronto e provocação contra a Federação Russa, ao mesmo tempo que cinicamente utilizam as contra-medidas que esta tem sido compelida a adoptar para as apresentar como uma «ameaça»; o rol de mistificações é infindável… como acontece contra a Venezuela.
Marcada por crescentes contradições – nomeadamente as que, sendo expressão do aprofundamento da crise estrutural do capitalismo e do complexo processo de rearrumação de forças que tem lugar ao nível internacional, se evidenciam perante a exigência dos EUA da subordinação dos seus aliados aos seus interesses –, a NATO promove o seu alargamento e a ampliação da sua área de intervenção; fomenta a corrida aos armamentos; desvincula-se de importantes tratados e acordos que têm em vista o desanuviamento das relações internacionais e o desarmamento; incrementa a sua política de confrontação, de ingerência, de provocação, de agressão e de guerra.
Não haja equívocos. A preocupante e perigosa escalada agressiva do imperialismo, de que a NATO é instrumento fundamental, só pode inquietar e mobilizar todos quantos se opõem à guerra, todos quantos consideram que viver em paz é um direito fundamental de todos os povos.