Cúcú: Olha o passe!

Manuel Gouveia

Marques Mendes chamou-lhe uma «bomba eleitoral», para desvalorizar a medida, ao mesmo tempo que afirmava, sem qualquer vergonha, que «a medida é justa, necessária e vai na direção certa». E vai, mas essa direcção certa é oposta à direcção escolhida pelo Governo PSD/CDS e defendida por Marques Mendes!

Mas não se pense que apenas o PSD/CDS fazem piruetas perante o evidente impacto para as populações do alargamento do Passe Social Intermodal na AML. Vale a pena visitar os programas eleitorais apresentados em 2015 por PS e BE. Estão disponíveis na net. Quer o PS (passe família) quer o BE (desempregados, estudantes e +65) limitam-se a abordar aspectos parcelares do problema. Só o PCP, de forma clara, fala da «valorização e ampliação do passe social», do seu «alargamento» através da «ampliação das coroas» e da «imposição aos operadores públicos e privados da sua aplicação», e chega mesmo a colocar, como uma das 25 medidas urgentes o «Valorizar e alargar o passe social nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto».

Aliás, coerentemente com o facto do PCP , desde 1997, apresentar na Assembleia da República projectos de lei para o alargamento do Passe Social Intermodal. E a esse respeito, aproveito para recordar as palavras de Bruno Dias, no dia 27 de Outubro de 2016: «As iniciativas legislativas do PCP, com as soluções concretas que apresentámos para o Passe Social e o Andante nos transportes públicos, foram [hoje] rejeitadas pelo voto contra do PSD, PS e CDS e a abstenção do BE. Propusemos um passe para todos os operadores e todas as carreiras em toda a área metropolitana, em Lisboa e no Porto, com preços mais acessíveis. (…) Mas queremos aqui dizer que não vamos desistir de defender esta proposta – porque é justa, é necessária e é uma exigência das populações.»

A dimensão da vitória alcançada pelo PCP também se mede assim: agora, todos eles, desde sempre defendem esta medida!




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