Interpelação do PCP ao Governo sobre política de saúde

Vencer as dificuldades

No debate ficou expresso o reconhecimento pelos avanços obtidos nestes três anos e meio, mas nele ficou também o registo dos seus limites devido às opções do PS que, convergindo com PSD e CDS, travaram soluções propostas pelo PCP para os problemas do SNS.

«Foram sobretudo as opções do PS e do seu Governo de submissão às  imposições da UE que impediram uma resposta cabal aos problemas do povo e do País e limitaram o investimento no SNS», assinalou Carla Cruz, defendendo que são essas opções e imposições externas que «é preciso ultrapassar».

Em que termos? Ao longo do debate os deputados do PCP esmiuçaram as principais linhas que travejam essa política de defesa do direito à saúde, de reforço do SNS, gerido pelo Estado e próximo dos cidadãos.

Uma política que exige, desde logo, um maior investimento no SNS, com reforço do número de profissionais e sua valorização, definição de carreiras adequadas, mecanismos de progressão e salários justos, horários de trabalho equilibrados que evitem o esgotamento. Mas que implica também um reforço do investimento nos cuidados de saúde primários, nos cuidados continuados integrados e nos hospitais, salientou o deputado João Dias, assinalando que é preciso construir novas unidades hospitalares e centros de saúde, melhorar as instalações existentes, modernizar equipamentos e reforçar a capacidade dos meios complementares de diagnóstico nos serviços públicos.

Obrigatório, para o PCP, é que se avance igualmente com respostas nas áreas da saúde oral e visual, alargando-as a todo o território, tal como é necessário avançar nos cuidados paliativos, garantindo uma «referenciação mais célere» e o incremento no terreno das Equipas Comunitárias de Suporte em Cuidados Paliativos.

João Dias identificou ainda como prioritário o avanço no apoio aos cuidadores informais, «desenvolvendo uma rede» que o garanta com base nos serviços públicos, designadamente das áreas da saúde, trabalho e segurança social.




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