Esclarecimento, acção e luta até dia 22 em empresas e sectores da indústria

MOBILIZAÇÃO Para dar mais força às reivindicações dos trabalhadores, a Fiequimetal/CGTP-IN e os seus sindicatos estão a realizar uma «quinzena de esclarecimento, acção e luta» a nível nacional.

Para avançar nos direitos, a luta dos trabalhadores não pode parar

Entre 27 de Fevereiro e 22 de Março, sob a palavra de ordem «Avançar nos direitos! A luta não pode parar!», vão ocorrer plenários de trabalhadores, paralisações e acções com impacto público, abrangendo as principais empresas das indústrias metalúrgicas, químicas, eléctricas, farmacêutica, celulose, papel, gráfica, imprensa, energia e minas.

Como eixo central desta série de iniciativas, a federação e os sindicatos destacam exigências comuns:
- aumento salarial de 50 euros para cada trabalhador;
- horários e ritmos de trabalho humanizados, com 35 horas semanais;
- melhoria das condições de trabalho e mais investimento na prevenção de riscos;
- emprego estável e fim dos vínculos precários;
- não alterar para pior o Código do Trabalho, defender a contratação e a negociação colectivas.

Neste período, como se adianta na nota anteontem publicada pela Fiequimetal, destacam-se duas greves. Os trabalhadores da Auto-Sueco, no Porto, paralisam nos dias 1, 2 e 4 de Março, realizando amanhã uma concentração, frente à portaria da empresa. Na Petrogal, a luta iniciada a 2 de Janeiro na refinaria de Sines continua, e está convocada greve também para a refinaria do Porto, a partir de 5 de Março.
Especialmente dirigidas a trabalhadores da Autoeuropa e empresas do parque industrial, portadores de doença profissional, vão realizar-se sessões de esclarecimento a 2 e 9 de Março, na sede do SITE Sul, em Setúbal, e na Casa Sindical do Barreiro.
Já extravasando os limites da quinzena, os seus objectivos motivam a realização, a 22 de Março, de um desfile de âmbito nacional, em Lisboa. Com início frente à sede da Randstad (a multinacional do trabalho temporário a que está subcontratada a operação do centro de contacto da EDP), o percurso inclui a sede da associação patronal dos fabricantes de material eléctrico e electrónico (ANIMEE) e termina frente ao Ministério do Trabalho.

Têxteis protestam hoje

Para hoje à tarde, frente à sede da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), em Vila Nova de Famalicão, a Fesete/CGTP-IN convocou uma «acção de protesto e luta», mobilizando dirigentes e delegados sindicais.
A federação, na nota que divulgou anteontem, explicou que a associação patronal impõe desde 2012 um boicote à negociação colectiva, que representa o congelamento de salários mínimos durante oito anos. Assim, «a esmagadora maioria dos trabalhadores» aufere apenas o salário mínimo (600 euros), enquanto um(a) chefe de secção tem um salário de 651,50 euros e um(a) director(a) está com 854,50 euros.
Este «cenário de salários mínimos, que afastam qualquer jovem qualificado de procurar um emprego neste sector e que faz concorrência desleal com as outras associações patronais do sector que anualmente vêm negociando salários com a Fesete», corre o risco de se agravar. A ATP «pretende, através dum processo de caducidade, eliminar um conjunto de direitos laborais, de que resultaria ainda uma maior redução da já baixa retribuição» dos trabalhadores.
A Fesete observa que isto sucede no mesmo período em que os resultados económicos das empresas (produtividade, lucros, exportações) «cresceram sem parar». «Os dirigentes da ATP anunciaram publicamente os êxitos da inovação, novos produtos, exportações, novos mercados, mas omitem que estes resultados são alcançados através do aumento da exploração de milhares de homens e mulheres que produzem esses excelentes produtos», protesta a federação.

 



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