PCP valoriza avanços mas exige ruptura
CAMPANHA «Com a nossa intervenção, este orçamento, ainda que limitado pelas opções do Governo do PS, dá passos adiante nesta linha de reposição de direitos e rendimentos», considerou o Secretário-geral do PCP.
«Lidamos com uma contradição por parte do PS», realçou Jerónimo de Sousa
A apreciação do dirigente comunista foi feita na quinta-feira, 25, durante uma acção de contacto com a população, na Póvoa de Santa Iria. Junto à estação ferroviária, Jerónimo de Sousa acompanhou cerca de uma dezena de militantes do Partido numa acção de contacto no âmbito da campanha em curso de afirmação da alternativa patriótica e de esquerda, por um Portugal com futuro.
Acção nacional que o Secretário-geral do Partido, em declarações aos Órgãos de Comunicação Social presentes, sublinhou ir muito para além do OE 2019, na medida em que, pese a valorização dos avanços registados na nova fase da vida política nacional [os quais detalhou e que constam no folheto que estava a ser distribuído], «lidamos com uma contradição por parte do PS», que é a sua opção de «não se libertar dos constrangimentos que nos são impostos, designadamente pela União Europeia e o euro».
Contradição que, para Jerónimo de Sousa, se observa igualmente quando o executivo PS «converge com PSD e CDS no apoio à banca», para concluir que «sem a libertação destes constrangimentos» e sem «uma ruptura», Portugal permanece «adiado». O que releva a necessidade «de uma política alternativa» para «uma País mais desenvolvido, com mais emprego e direitos», acrescentou.
Continuar a intervir
Já com o OE 2019 com rota marcada para a discussão na especialidade, Jerónimo de Sousa, questionado pelo Avante!, considerou que em relação à valorização das muitos longas carreiras contributivas – na qual o PCP insiste entendendo que deve ser materializada no acesso sem penalização aos 40 anos de descontos, independentemente da idade –, «ainda há trabalho por fazer».
Em causa estão declarações recentes do ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Vieira da Silva, que, primeiro, indicavam a imposição de uma norma travão aos avanços nesta matéria constantes no OE 2019, e, posteriormente, veio sugerir que tal seria para concretizar num futuro próximo após um «período de transição».
Ora, neste contexto, o Secretário-geral do PCP salientou que «era importante que o ministro clarificasse o que entende por período de transição, tendo em conta que a norma, o artigo 91 da proposta de OE 2019, tem uma perspectiva de avanço e não de retrocesso».
«A clarificação é exigível», porque, apesar de «reconhecermos que há ali passos adiante, nomeadamente em relação às reformas antecipadas, com o fim da aplicação do factor da sustentabilidade, continua a haver caminho por fazer», concluiu.