Chantagem falhou na Pietec das «rolhas urgentes»

Dos 41 tra­ba­lha­dores da Pi­etec ame­a­çados de des­pe­di­mento, 38 re­sis­tiram à pressão para acei­tarem a la­bo­ração con­tínua, como foi re­ve­lado esta se­gunda-feira, dia 8.

De­pois de vá­rios dias de greves e con­cen­tra­ções à porta da fá­brica, em Santa Maria da Feira, os tra­ba­lha­dores e o Sin­di­cato dos Ope­rá­rios Cor­ti­ceiros do Norte mantêm a luta e vão hoje ser re­ce­bidos no Mi­nis­tério do Tra­balho.

A em­presa, pro­pri­e­dade do grupo francês Oeneo e que co­mer­ci­a­liza a marca Diam, for­ma­lizou no início de Se­tembro a in­tenção de des­pe­di­mento co­lec­tivo e de­ter­minou que mais de me­tade dos tra­ba­lha­dores abran­gidos dei­xasse de com­pa­recer na fá­brica, sem perda de re­mu­ne­ração.

O sin­di­cato da CGTP-IN, ao anun­ciar uma pri­meira acção de luta, para 14 de Se­tembro, re­cordou que a Pi­etec, desde há cerca de dois anos, pro­cura impor o tra­balho em re­gime de la­bo­ração con­tínua (cinco turnos ro­ta­tivos), «mas sempre sem su­cesso face à firme res­posta dada por todos os tra­ba­lha­dores». Com o des­pe­di­mento, a em­presa passou à prá­tica as ame­aças antes feitas, ale­gando que vai al­terar a sua forma de pro­dução e deu como ine­vi­tável a ex­tinção de 41 postos de tra­balho.

A jus­ti­fi­cação, como a pró­pria em­presa de­pois de­ta­lhou, foi o en­cer­ra­mento da pro­dução de ro­lhas em ma­cro­gra­nu­lado, man­tendo apenas o mi­cro­gra­nu­lado. Con­tudo, acusou o sin­di­cato, «a es­tra­tégia da em­presa é mais tarde voltar a con­tratar ou­tros 41, ou mais, tra­ba­lha­dores com con­tratos que os obri­guem a tra­ba­lhar em re­gime de la­bo­ração con­tínua». Foi mesmo re­fe­rida uma reu­nião onde os re­pre­sen­tantes dos tra­ba­lha­dores pro­pu­seram à ad­mi­nis­tração uma hi­pó­tese da rein­te­gração dos 41 ope­rá­rios, acei­tando estes al­terar a sua ca­te­goria pro­fis­si­onal, e a res­posta da ad­mi­nis­tração «foi "po­si­tiva", desde que os tra­ba­lha­dores acei­tassem as­sinar um do­cu­mento de con­cor­dância em pas­sarem a tra­ba­lhar em re­gime de la­bo­ração con­tínua».

No dia 26 de Se­tembro, numa con­cen­tração junto à fá­brica, o Se­cre­tário-geral da CGTP-IN ob­servou que, com a la­bo­ração con­tínua, o tra­balho ao fim-de-se­mana deixa de ser pago como su­ple­mentar. Na mesma oca­sião, dois tra­ba­lha­dores ex­pli­caram à agência Lusa que tal re­gime la­boral, jus­ti­fi­cado para al­gumas pro­fis­sões e ser­viços, não se pode aplicar aqui, co­men­tando que «as ro­lhas podem es­perar».

 



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