Avançar e não andar para trás!
Neste mês de Setembro de 2018, passados quase três anos na nova fase da vida política nacional, a realidade evidencia quanto foi importante o que se impediu, o que se defendeu, repôs e conquistou.
O PCP não se deixa condicionar por ameaças de nenhum tipo
Mas mostra, também, as contradições, os problemas que persistem, as medidas que faltam, as decisões positivas proteladas, os compromissos assumidos e dissimuladamente ou explicitamente desrespeitados, as opções do PS ao serviço do grande capital e a submissão ao euro e às imposições da União Europeia expressas na sua convergência em aspectos essenciais com o PSD e o CDS. E evidencia de forma cada vez mais nítida a necessidade de uma outra política, da política patriótica e de esquerda sem a qual não há efectiva resposta aos problemas nacionais e da luta pela sua concretização que não é contraditória com o aproveitamento até ao limite da actual relação de forças para impedir retrocessos e continuar a progredir.
Nada do que se alcançou foi oferecido, tudo foi conseguido com persistência e determinação pela luta dos trabalhadores e do povo e pela intervenção do PCP. Assim continuará a ser. Os próximos tempos vão ser exigentes.
A mobilização dos trabalhadores e do povo é elemento decisivo, definindo os objectivos com rigor, não dando tiros nos pés, nem apontando alvos errados, adoptando as formas de luta adequadas, não resvalando para a provocação, combatendo a apatia e o atentismo.
A luta reivindicativa por mais salário, horários dignos, emprego com direitos, melhores condições de trabalho, associada à exigência da revogação das normas gravosas da legislação laboral aí está na ordem do dia, a partir dos locais de trabalho, das empresas e sectores. A luta pela defesa e valorização dos serviços públicos, por melhores pensões, pelos direitos das crianças e pais, a partir das mais diversas acções impõe-se. E todas estas lutas associam-se na luta convergente que exige uma nova política para responder aos problemas nacionais.
Vários terrenos de luta
Nos próximos tempos tentarão centrar todas as atenções no Orçamento do Estado, que tem importância, mas está longe de ser o único terreno de luta, porque, desde logo na luta reivindicativa de todos os dias, no confronto entre o capital e o trabalho, os trabalhadores resistem e alcançam vitórias.
Ao mesmo tempo, como já aconteceu, aparecerão afirmações do tipo ou aceitam o Orçamento como o Governo PS quer ou haverá eleições antecipadas, pensando alguns que tais palavras seriam um género de ameaça. Como se essa possibilidade pudesse intimidar o PCP e limitar a sua decisão soberana assente na sua independência de classe e no seu compromisso com os trabalhadores e o povo.
Nos próximos tempos é preciso avançar e não andar para trás. E avançar é avançar mesmo, não é fazer de conta.
Esse é o sentido da luta, tanto mais importante quando se sabe, como a prática dos últimos anos demonstra, que é com o prosseguimento da eliminação dos cortes, da reposição de salários pensões e direitos, de aumento do poder de compra que se consegue não só a melhoria das condições de vida, mas também a criação de emprego, o crescimento económico e o desenvolvimento do País.
Mais força ao PCP, intensificar a luta é o caminho para levar mais longe a defesa, reposição e conquista de direitos, para concretizar a alternativa, uma política patriótica e de esquerda e o governo que a aplique.
E, sobre o PCP, muito disseram, dizem e vão continuar a dizer e também muito ou ainda mais podem silenciar, mas na verdade o PCP prossegue a sua acção e não há dizeres ou silenciamentos que possam impedir que cumpra o seu papel e o seu compromisso de sempre com os trabalhadores e o povo.