Bolsonaro
Depois da destituição de Dilma Rousseff, sem crime nem culpa formada; depois da prisão de Lula da Silva, por alegados crimes que a justiça não provou; depois da proibição do Supremo Tribunal Federal à candidatura do PT/PCdoB/PROS de usar imagens de Lula da Silva na sua campanha eleitoral, as eleições presidenciais no Brasil sobem de tom, dando evidência ao que verdadeiramente está em causa neste acto eleitoral: de um lado a candidatura do campo democrático liderada por Fernando Haddad/Manuela D’Ávila e, do outro, a de Jair Bolsonaro, herdeiro da ditadura fascista no Brasil, apoiado pelas forças da direita e da extrema direita, sob a batuta do imperialismo e do grande capital.
Pois bem, Bolsonaro está na corrida eleitoral e conta com os favores de grandes órgãos da comunicação social, em particular, da Rede Globo, que procuram fazer passar dele a imagem do incorruptível e impoluto defensor dos valores e interesses do Brasil. E mesmo, em Portugal, conta com o silêncio ou a conivência cúmplice dos principais media.
Ora, o que a Rede Globo tudo faz para ocultar é quem é e o que representa Bolsonaro.
Mas, para ficarmos a conhecer as suas concepções fascistas, racistas e xenófobas, basta revisitar algumas das suas afirmações e pronunciamentos ao longo destes anos. Por exemplo, que «o erro da ditadura foi torturar e não matar»; que «Pinochet devia ter matado mais gente»; que «a PM [Polícia Militar] devia ter matado 1000 em vez de 111 presos» (sobre o massacre de Carandirú); que a «mulher deve ganhar salário menor porque engravida».
Mais uma situação a mostrar que o capitalismo para atingir fins não olha a meios. E a mostrar também como alguns que tão incomodados se mostraram com a clara posição do PCP sobre a aplicação do processo sancionatório da UE contra a Hungria, sobre o caso Bolsonaro nada digam.A mostrar assim, afinal,quem está verdadeiramente preocupado e no combate ao recrudescimento da extrema direita e do fascismo?...