Situação na ferrovia nacional exige acção e não manobras
TRANSPORTES Anos de desinvestimento conduziram o transporte ferroviário ao actual estado, alerta o PCP, que exige respostas efectivas e recusa manobras de propaganda dos responsáveis pela situação.
Para o PCP, o actual estado da ferrovia nacional não é novidade
A questão ganhou relevância nos últimos dias com o foco a incidir em situações de ruptura na ferrovia nacional que não é mais possível iludir (linhas do Oeste e de Cascais, custos do aluguer de material circulante face à ausência de capacidade instalada para a sua produção em Portugal, antes existente na Sorefame, como, aliás, sublinhou Jerónimo de Sousa na intervenção que fez no sábado na implantação da Festa do Avante!). Contudo, para o PCP, o actual estado da ferrovia nacional não é novidade e tão pouco faltaram alertas e iniciativas do Partido para o atalhar.
Disso mesmo deu conta uma nota divulgada pelo Gabinete de Imprensa no sábado, na qual se indica que a questão é estrutural e não episódica ou casuística, reclamando a inversão do «desinvestimento de sucessivos governos» e que «o actual governo do PS tem mantido».
Assim, «o que se exige é a adopção de medidas inadiáveis como o PCP tem reiteradamente colocado», realçou-se ainda, dando-se disso exemplo a nota de imprensa sobre a ruptura na oferta e serviços ferroviários, divulgada a 7 de Agosto último, ou a declaração sobre a situação no sector e as necessidades de desenvolvimento do País, proferida a 20 de Julho. Acrescem diversos documentos e iniciativas de esclarecimento recentes do Sector dos Transportes da OR de Lisboa e da Concelhia de Cascais do PCP, ou o encontro de João Ferreira com a comissão de utentes da Linha do Oeste, no mês passado.
Neste contexto, percebe-se que a manobra do CDS, acompanhado pelo PSD, de tentar antecipar à pressa a audição do Ministro das Infra-estruturas e Planeamento, tenha merecido o chumbo da bancada comunista. É que, como salientou anteontem João Oliveira, citado pela Lusa, «os problemas da ferrovia precisam de ser discutidos convenientemente». Mais, «em Junho, quando era possível tomar medidas, o PCP apresentou propostas». É pena que nessa altura o CDS tenha «votado contra elas», lamentou.