Longas carreiras merecem mais
Pese embora o sinal positivo dado pelo Governo ao aprovar, em Conselho de Ministros, o acesso à reforma sem penalizações para os trabalhadores com pelo menos 60 anos de idade, 46 anos de serviço e que começaram a trabalhar antes dos 17 anos, esta e outras alterações previstas a partir de Outubro, «ficam ainda muito aquém da imperiosa necessidade de fazer justiça para quem passou uma vida inteira a trabalhar».
Nesse sentido, e notando que os avanços têm a chancela da persistência dos comunistas portugueses (o acesso ao regime de aposentação antecipada para os ex-subscritores da CGA, por exemplo), Adelaide Pereira, do Comité Central, frisou, em conferência de imprensa dia 23, que o PCP se vai continuar a bater pelo acesso «à pensão de velhice a partir dos 40 anos de descontos, independentemente da idade, e sem qualquer tipo de penalizações», e pela idade normal da reforma aos 65 anos de idade, bem como pela «necessidade de encontrar uma solução específica para os trabalhadores que, tendo sido forçados a antecipar a sua pensão, viram essas penalizações eternizarem-se» e para aqueles «que se encontram em situação de desemprego de longa duração e necessitam urgentemente de ver os critérios de acesso à reforma antecipada revistos».
Tal como já fez no Orçamento do Estado de 2018, tendo as propostas sido rejeitadas com os votos contra do PS, também para 2019 o Partido pretende ver acolhidas aquelas questões relacionadas com a valorização das longas carreiras contributivas, tendo, nesse contexto, já apresentado propostas na Assembleia da República, revelou Adelaide Pereira.