PCP em defesa dos direitos em Odivelas como no País

INI­CI­A­TIVA Num al­moço em Odi­velas, re­a­li­zado no sá­bado, 19, Je­ró­nimo de Sousa re­a­firmou a de­ter­mi­nação do PCP em in­ten­si­ficar a acção e a luta pelo apro­fun­da­mento dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores e do povo.

PCP quer travar o «re­gresso ao pas­sado»

A ini­ci­a­tiva reuniu ao ar livre largas de­zenas de pes­soas, entre mi­li­tantes co­mu­nistas, can­di­datos e eleitos au­tár­quicos nas listas da CDU e muitos sim­pa­ti­zantes do Par­tido. O dia es­co­lhido não podia ser mais in­di­cado para uma acção in­se­rida na cam­panha «Va­lo­rizar os tra­ba­lha­dores. Mais força ao PCP»: pouco de­pois ar­ran­cava em Lisboa a grande ma­ni­fes­tação de pro­fes­sores e edu­ca­dores, para onde se di­rigiu de­pois o pró­prio Je­ró­nimo de Sousa (ver pá­gina 5), e na vés­pera fora vo­tada na As­sem­bleia da Re­pú­blica a pro­posta co­mu­nista de fi­xação da jor­nada la­boral má­xima de 35 horas para todos os tra­ba­lha­dores – chum­bada, como ou­tras com se­me­lhante cunho de classe, por PS, PSD e CDS.

Para o di­ri­gente co­mu­nista, a re­jeição desta pro­posta cen­tral dos co­mu­nistas re­vela uma «con­ver­gência que atesta os fortes laços de classe» que unem estes três par­tidos quando se trata de de­fender os in­te­resses do ca­pital. Deixa evi­dente, também, os li­mites do Go­verno do PS e da sua po­lí­tica em ma­téria de «va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores».

Mas a con­ver­gência destes três par­tidos em ma­té­rias re­la­ci­o­nadas com a le­gis­lação la­boral – que está longe de ser re­cente – tem ainda outro sig­ni­fi­cado, mais pro­fundo, adi­antou Je­ró­nimo de Sousa: ela con­firma que PS, PSD e CDS «querem con­so­lidar o re­tro­cesso que foi im­posto aos tra­ba­lha­dores por­tu­gueses nestes úl­timos anos de ofen­siva de PEC e pacto de agressão», para além de de­mons­trar que a po­lí­tica de di­reita, «grande obs­tá­culo à so­lução dos pro­blemas do País e ao me­lho­ra­mento das con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores e do povo», se mantém nas op­ções fun­da­men­tais do ac­tual Go­verno.

Lutar por avanços

Como o Se­cre­tário-geral do Par­tido fez questão de su­bli­nhar, o po­si­ci­o­na­mento do PS ao lado de PSD e CDS contra os in­te­resses dos tra­ba­lha­dores «está a es­tragar o ca­minho da ac­tual so­lução po­lí­tica». Com op­ções como esta – longe de serem um caso iso­lado, diga-se –, o Go­verno de­monstra não estar in­te­res­sado em pros­se­guir e apro­fundar a re­cu­pe­ração de di­reitos e ren­di­mentos, mas sim em «re­gressar ao pas­sado».

Quanto ao fu­turo, Je­ró­nimo de Sousa re­velou que a pos­tura do PCP se mantém: quanto ao Or­ça­mento do Es­tado para o pró­ximo ano, e por mais que Pre­si­dente da Re­pú­blica e pri­meiro-mi­nistro o de­sejem, o Par­tido não o «vo­tará de cruz». Pelo con­trário, e como até aqui, será do «exame con­creto que dele fi­zermos, da ve­ri­fi­cação se ele cor­res­ponde aos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e do povo, do ca­minho que faça no sen­tido de avanço na re­po­sição e con­quista de di­reitos que de­ci­di­remos».

Os co­mu­nistas re­a­firmam a in­tenção de in­tervir para que o Or­ça­mento cor­res­ponda aos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e do povo, sendo certo que da parte do PCP não se des­per­di­çará ne­nhuma opor­tu­ni­dade para fazer avançar di­reitos e sa­lá­rios.

Dar voz às po­pu­la­ções

Antes de Je­ró­nimo de Sousa in­ter­veio He­lena Veiga, do Exe­cu­tivo da Co­missão Con­ce­lhia de Odi­velas do PCP, que deu conta da acção dos co­mu­nistas e seus ali­ados na­quele que é o mais jovem con­celho do dis­trito de Lisboa (criado em 1998, es­tando antes li­gado a Loures). A di­ri­gente local do Par­tido su­bli­nhou que também a nível con­ce­lhio o PS – que tem a mai­oria ab­so­luta no mu­ni­cípio – de­sen­volve uma po­lí­tica di­ri­gida para a pri­va­ti­zação, con­cessão e de­gra­dação dos ser­viços pú­blicos e do pa­tri­mónio mu­ni­cipal. O caso do Mos­teiro de S. Dinis e S. Ber­nardo e do parque verde ad­ja­cente é dos que mais pre­o­cupa o PCP e os eleitos da CDU.

Acerca desta questão, re­alçou He­lena Veiga, se não fosse o PCP e os seus ali­ados há muito que o mos­teiro e o parque ti­nham sido en­tre­gues a in­te­resses pri­vados. O mesmo, aliás, se teria pas­sado com os ser­viços mu­ni­ci­pa­li­zados de água e sa­ne­a­mento de Loures e Odi­velas, acres­centou, con­cluindo que ao PS «nunca falta es­tra­tégia quando se trata de pri­va­tizar». O Te­atro da Ma­la­posta aí está a com­prová-lo.

 



Mais artigos de: PCP

Sobre a provocação da morte antecipada

RE­FLEXÃO O tema da eu­ta­násia, ou do sui­cídio as­sis­tido, é uma ma­téria muito sen­sível e con­tro­versa, que exige grande pon­de­ração, ca­pa­ci­dade de ouvir e de in­te­grar as di­versas opi­niões.

Homenagear Catarina continuando a sua luta

HO­ME­NAGEM No 64.º ani­ver­sário do as­sas­si­nato de Ca­ta­rina Eu­fémia pelo fas­cismo, Je­ró­nimo de Sousa re­a­firmou o com­pro­misso do PCP de con­ti­nuar a luta em de­fesa dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País.

Ensino Superior público é alavanca de desenvolvimento

ANÁLISE Da reu­nião na­ci­onal re­a­li­zada re­cen­te­mente pelo PCP sobre a si­tu­ação do En­sino Su­pe­rior e do Sector da In­ves­ti­gação, Ci­ência e Tec­no­logia saíram im­por­tantes re­fle­xões e pro­postas.

Marx e o marxismo em debate

O Sector Intelectual de Lisboa do PCP está a promover um ciclo de debates intitulado «Karx Marx (1818-2018) – o marxismo e a transformação do mundo», que decorre no Centro de Trabalho Vitória, sempre às 18 horas. Iniciado anteontem, com uma sessão sobre «o marxismo, as ciências da natureza e o método científico», com a...

Estado deve promover desporto como factor de desenvolvimento

O PCP comentou, no dia 16, os recentes actos de violência envolvendo clubes desportivos, através de uma nota do seu Gabinete de Imprensa, na qual começa por sublinhar que o desporto constitui «um factor do processo global de desenvolvimento que compete ao Estado promover quer quanto à democratizacção da sua prática quer...

Brasil em debate em Almada

A situação no Brasil após o golpe de Estado que destituiu a presidente eleita democraticamente, Dilma Rousseff, a segunda fase da intentona, traduzida na condenação e prisão politicamente motivadas do ex-presidente Lula da Silva, e o contexto da intervenção das forças revolucionárias,...