Jerónimo de Sousa no debate quinzenal com o primeiro-ministro

Insuficientes respostas na Saúde

À situação da saúde esteve ainda atento Jerónimo de Sousa, não escondendo a sua preocupação pelo facto de o Governo «não resolver problemas que se prolongam no tempo», como sejam os que afectam os profissionais que trabalham no SNS. «Dizer a estes trabalhadores que têm razão, mas que não se pode resolver tudo de uma vez só, não chega», sublinhou o líder comunista.

Sem deixar de reconhecer a existência de «avanços», lamentou que estes trabalhadores estejam à espera há uma década pela «valorização dos seus salários e dos seus direitos», ao mesmo tempo que os utentes «são confrontados todos os dias com novas dificuldades».

Num elogio ao trabalho destes profissionais (médicos, enfermeiros, técnicos superiores de saúde e assistentes técnicos e operacionais), o Secretário-geral do PCP salientou que é graças a eles que se deve o facto de o SNS «ainda dar a resposta de qualidade que dá hoje, apesar de todos os atropelos a que tem sido sujeitos».

«Os profissionais de saúde e os utentes merecem da sua parte uma resposta mais avançada», apelou por isso Jerónimo de Sousa, dirigindo-se ao primeiro-ministro.

Tirar ilações

Tal como já apontara para as questões do trabalho, António Costa considerou que têm ocorrido avanços no capítulo da Saúde, estabelecendo uma comparação entre o quadro actual e aquele que havia no início da Legislatura. «Há mais 3600 médicos, mais cerca de três mil enfermeiros, registando-se ainda um aumento de 4% dos técnicos de diagnóstico», referiu, acrescentando que hoje «há mais 300 mil consultas hospitalares do que em 2015, mais 19 mil intervenções cirúrgicas, mais 200 mil tratamentos nas urgências».

«Avanços» suportados num aumento do investimento na saúde de 700 milhões de euros anuais», disse António Costa, argumentando que «não foi por acaso que a saúde foi o sector excepcionado nas cativações» e que o «decreto lei de execução orçamental que brevemente entrará em vigor agiliza o mecanismo de execução da despesa no âmbito da saúde, em particular nas unidades hospitalares».

«Roma a Pavia não se fizeram num dia e também não é em dois anos e meio que se estanca a sede acumulada ao longo de uma década», alegou, afirmando que o «importante agora é dar continuidade a este caminho».

Discurso que não satisfez inteiramente Jerónimo de Sousa que, na réplica, defendeu que perante as palavras do primeiro-ministro a conclusão deveria ser óbvia: «se as medidas que estão a ser tomadas não resolvem os problemas, então há que continuar é a procurar resolvê-los com outras medidas, com outro financiamento, para responder às aspirações de quem trabalha no sector».



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