Atentado ao sector do Táxi

O Par­la­mento aprovou dia 23, em vo­tação final global, com os votos a favor do PS, PSD e CDS, e a abs­tenção do PAN, a lei sobre a ac­ti­vi­dade das pla­ta­formas elec­tró­nicas de trans­porte de pas­sa­geiros em vi­a­turas li­geiras des­ca­rac­te­ri­zadas. Vo­taram contra o PCP, PEV e BE.

Para a ban­cada co­mu­nista – que em­bora não tendo qual­quer ini­ci­a­tiva não pres­cindiu de in­tervir e apre­sentar pro­postas para ob­viar más de­ci­sões que no final aca­baram mesmo por ser im­postas pela con­ver­gência de PS, PSD e CDS –, este des­fecho re­pre­senta «mais um passo no sen­tido da des­truição de um sector de base na­ci­onal como é o táxi e na ce­dência aos in­te­resses de mul­ti­na­ci­o­nais como a UBER».

Se­gundo Bruno Dias, que fez uma de­cla­ração de voto oral, o que o texto apro­vado visa é «le­ga­lizar a ac­tu­ação das mul­ti­na­ci­o­nais» no sector, «cri­ando um re­gime pa­ra­lelo e con­cor­ren­cial ao do Táxi, mas de pri­vi­légio, mol­dado ao ser­viço de uma grande mul­ti­na­ci­onal».

Daí a crí­tica se­vera ao Go­verno do PS pela opção de «se juntar ao PSD e ao CDS na de­fi­nição de um re­gime ju­rí­dico fa­vo­rável aos in­te­resses da UBER», quando o que se exigia era uma acção di­ri­gida para a «de­fesa e mo­der­ni­zação do sector do táxi, re­sis­tindo à in­ves­tida destas mul­ti­na­ci­o­nais sobre o País e me­lho­rando as con­di­ções de tra­balho e a qua­li­dade do ser­viço pres­tado».

De­pois de alertar para al­gumas das con­sequên­cias do novo re­gime – da con­cor­rência des­leal com o sector do táxi à perda de re­ceitas fis­cais para o Es­tado, pas­sando pelo «en­saio de novas formas de ex­plo­ração da força de tra­balho» –, Bruno Dias rei­terou o em­penho do PCP na luta em de­fesa do sector do táxi e dos seus pro­fis­si­o­nais, contra a ex­plo­ração dos mo­to­ristas, lem­brando que esse foi o po­si­ci­o­na­mento inequí­voco sempre as­su­mido em todo este pro­cesso le­gis­la­tivo.



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