Manifestações na Eslováquia exigem demissão do governo

CORRUPÇÃO Dezenas de milhares de eslovacos voltaram a manifestar-se, dia 9, em todo o país, contra a corrupção, na sequência do duplo homicídio que vitimou o jornalista Jan Kuciak e a sua namorada.

Ministro do Interior demite-se para estabilizar situação no país

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Os protestos, considerados pela imprensa local como os maiores das últimas décadas, juntaram cerca de 40 mil pessoas na capital Bratislava.

Pela segunda semana consecutiva, as manifestações foram convocadas sob o lema «Por uma Eslováquia honesta», tendo como causa próxima o assassínio do jornalista de investigação, Jan Kuciak, e da sua namorada, Martina Kusnirova, ambos com 27 anos, cujos corpos foram encontrados, dia 25 de Fevereiro, na casa onde viviam, a cerca de 65 quilómetros a Leste de Bratislava.

A última investigação de Kuciak apontava para ligações obscuras entre figuras políticas eslovacas e homens de negócios suspeitos de estarem ligados à mafia calabresa.

Na sequência do bárbaro crime que chocou o país, a polícia deteve sete cidadãos italianos suspeitos de ligações ao crime organizado, mas acabou por libertá-los dias depois por falta de provas.

Desde então, nas manifestações realizadas em dezenas de localidades, os eslovacos começaram por pedir a demissão do ministro do Interior, Robert Kalinak, para logo depois exigirem a demissão de todo o governo.

Resistindo à pressão da rua, o primeiro-ministro, Robert Fico, recusou num primeiro momento prescindir do titular do Interior e número dois do executivo, cuja demissão também já era exigida pelo partido Most-Hid (conservador, representante da minoria húngara), seu aliado no governo.

Porém, na segunda-feira, 12, Kalinak viu-se forçado a anunciar a sua saída do governo, resignando aos cargos de ministro do Interior e de vice-primeiro-ministro.

A decisão visou explicitamente permitir a sobrevivência do governo de Fico: «Penso que este gesto contribuirá para a estabilização da situação na Eslováquia», disse o ministro.

Adiantando que apresentará oficialmente a sua demissão logo que terminar actividades em curso, sem referir uma data concreta, Kalinak declarou que o seu principal objectivo é o esclarecimento da morte do jornalista e da namorada. «Devemos saber porquê e quem os matou», declarou.




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