Docentes britânicos em greve contra alterações nas pensões de reforma

REFORMAS Docentes de 64 universidades do Reino Unido estão em greve contra a alteração do sistema de pensões de reforma e ameaçam paralisar durante a época de exames.

Fundos privados ameaçam direito a reformas dignas

Image 24603

A greve nas principais universidades britânicas, entre elas as prestigiadas instituições de Oxford e Cambrige, teve início em 22 de Fevereiro e decorre até amanhã, sexta-feira, 16, afectando um universo de 80 mil estudantes.

Neste período, os professores universitários, organizados no Sindicato UCU (University and College Union) cumpriram 14 dias de greve às aulas, em protesto contra o projecto do fundo de pensões de alterar o modelo de pagamento das pensões de reforma.

O sindicato afirma que a alteração penalizará os professores que se reformem em cerca de 10 mil libras por ano (11 255 euros), mas os jovens docentes poderão perder metade do valor actual das pensões.

Por seu lado, a associação Universidades do Reino Unido (UUK), que representa as entidades empregadoras, afirma que sem uma alteração do actual sistema, as contribuições teriam de aumentar significativamente.

Alega ainda que o fundo de pensões acumula um défice de seis mil milhões de libras e que é obrigação das universidades tomar medidas para resolver o problema.

 A falência dos modelos privados

Os docentes universitários britânicos estão vinculados a um sistema de pensões privado que até agora lhes garantia uma pensão vitalícia, cujo valor é calculado em função das contribuições efectuadas ao longo da carreira.

Porém, os gestores do sistema pretendem que os futuros aposentados aufiram apenas o montante resultante da capitalização das suas contribuições, cabendo a cada um decidir o que fazer com esse dinheiro.

Os professores já apelidaram este modelo de «pensões de morte rápida», uma vez que não garante um rendimento ao aposentado independentemente dos anos que venha a viver.

É certo que será possível converter os montantes acumulados numa prestação mensal vitalícia. Mas isso implica pagar comissões anuais às empresas financeiras que podem custar entre 13 e 35 por cento da poupança reforma, o que reduzirá significativamente o valor das prestações de reforma.

Por isso, os professores não só exigem a manutenção do actual modelo, como também a gestão directa do seu fundo de pensões, com regras democráticas e transparentes. A sua luta é apoiada por 51,8 por cento dos estudantes, de acordo com uma sondagem da revista Times Higher Education.




Mais artigos de: Europa

Sindicatos espanhóis acordam aumentos na função pública

Os principais sindicatos da função pública espanhola (CSIF, CC OO, UGT) chegaram a acordo, dia 10, sobre aumentos salariais, que poderão atingir oito por cento em três anos. Até 2020, os salários terão uma valorização fixa de 6,1 por cento, à...

Suíços defendem media públicos

Com uma maioria de 71,6 por cento, os suíços pronunciaram-se a favor da manutenção do actual sistema de financiamento do serviço público de rádio e televisão. Em referendo, realizado dia 4, os eleitores rejeitaram a iniciativa apoiada pelo partido UDC/SVP...

Luta prossegue na Air France

Onze sindicatos da Air France convocaram, dia 6, uma nova greve para 23 de Março, para reclamar aumentos salariais. As organizações representativas de pilotos, hospedeiras, comissários de bordo e pessoal de terra vão ainda reunir-se hoje, quinta-feira, 15, para decidir novos passos...

Afirmar a igualdade, contra a violência e exploração!

No âmbito das comemorações do Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, os deputados do PCP no Parlamento Europeu estiveram empenhadamente envolvidos na realização do Fórum organizado pelo Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica...