Santana & Rio
O PPD-PSD tem «andado por aí», mudando de chefe, de nome, de ideologia – social democrata, liberal, populista –, mas sempre ferramenta da política de direita e do seu aprofundamento, ao serviço do capital sem pátria, dos sectores reaccionários e do directório da UE, para o empobrecimento e a submissão do País.
Depois da derrota de Outubro de 2015, que o afastou do governo, apesar da golpada falhada de Cavaco, o PSD jogou as fichas todas no «diabo» e na subversão relâmpago da nova solução política – execrada pela direita sociológica, porque tornou possível recuperar, defender e conquistar direitos, para os trabalhadores e o povo. Daí que, nestes dois anos, tenha reinado uma paz aparente e podre entre os barões, formalmente na mesma onda, mas de facto cada um por si e pelo desastre anunciado de Passos Coelho.
Com a natureza e a história do PSD, de lobbies e interesses ocultos, de muitas e desvairadas golpadas, de inenarráveis intrigas, chantagens, traições e «assassínios políticos», de baronetes, tias e chefes, de Sá Carneiro, Balsemão, Cavaco e sucessores, seria de esperar o que agora se confirma – a degradação ética, democrática e institucional dum combate reles e feroz pelo poder entre Santana & Rio.
Estamos na fase em que se degladiam os umbigos – Santana «sem escrúpulos» e «trapalhão», contra Rio «sem brilho» e «provinciano», dizem eles, ou alguém por eles, e pondera-se qual será mais próximo do Presidente Sousa, que podia dar (mais) um sinal e resolver o dilema ao seu PSD.
Nada sobra para discutir política. Os media dominantes e o grande capital sabem bem que o futuro chefe do PSD prosseguirá a política de direita, com o ritmo e a fúria possíveis. Como sintetisa o patrão da CIP, compete ao «novo PSD», seja quem for o chefe, «libertar o (actual) Governo da dependência da esquerda», isto é, do PCP.
E sabem os trabalhadores e o povo que, a Santana & Rio, o que lhes temos a desejar é a confirmação da derrota de ambos e da política de direita.