A Bolsa ou a vida
Este não é um texto natalício. Os EUA vão vender aos fascistas que instalaram no poder na Ucrânia mais de 41,7 milhões de dólares em armamento (Washington Post, 20.12). Em Junho Trump, o caixeiro-viajante da indústria armamentista dos EUA, fora à Arábia Saudita vender 110 milhares de milhões de dólares de armamento a ser fornecido num prazo de 10 anos.
Foi boa parte desse negócio que o elegeu, e começou a render desde a hora em que foi eleito. Em 9 de Novembro de 2016, horas após a vitória de Trump, especialistas da Bolsa de Nova Iorque alteraram muito positivamente tudo que dizia respeito a acções da Lockeed Martin, General Dynamics, Raytheon, Northrup Grummon, quatro das seis maiores empresas fabricantes de armamento no mundo (https://www.alaraby.co.uk/english/blog/2016/11/18/weapons-manufacturers-celebrate-booming-business-following-trump-election).
Em 2017 todas essas empresas (e a Boeing, a S-Bae Systems, a L-3 Communications, a United Technologies Corp, e todos as outras do mesmo ramo nos EUA) tiveram impressionantes subidas na cotação bolsista (https://www.sipri.org/database). E não é só a guerra que entusiasma a especulação bolsista nos EUA, qualquer violência armada o faz também: no seguimento dos disparos em Las Vegas, em 1 de Outubro de 2017 – que deixaram 59 mortos e 527 feridos – as acções da American Outdoors Corp, fabricante das armas Smith & Wesson, subiram 3%, com 3.1 milhões de acções transaccionadas.
O crescendo da agressividade e do militarismo imperialista (não são só as indústrias armamentistas dos EUA quem vive esta prosperidade) instala e agudiza conflitos armados um pouco por toda a parte. Por cada um destes negócios há milhões de mortos, de desalojados, de refugiados, de doentes, de esfomeados. Há parcelas de humanidade irreversivelmente destruídas. De certo modo, o capitalismo poderia ser na verdade o fim da história. Porque dispõe hoje de meios, e não tem escrúpulos em utilizá-los, para destruir a humanidade inteira.