Grécia paralisou em defesa do direito à greve

GREVE GERAL Milhares de trabalhadores manifestaram-se em várias cidades da Grécia, durante a greve geral de dia 14, contra a política de «austeridade» e o projecto de restrição do direito de greve.

A restrição do direito de greve é uma imposição dos credores

A Grécia viveu mais um dia de greve geral, desta vez motivado em grande parte por um inaceitável projecto de lei que visa restringir o direito de greve.

A paralisação foi praticamente total no sector dos transportes urbanos, marítimos e aéreos. A imprensa e o audiovisual suspenderam publicações e emissões.

Na capital, Atenas, assim como em dezenas de outras cidades do país, milhares de trabalhadores, maioritariamente convocados pela Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME), manifestaram-se contra as políticas do governo SYRIZA /ANEL, que agravam a política de austeridade e se vergam às exigências da «troika» de credores, pretendendo limitar os direitos laborais.

A jornada de luta teve igualmente a participação das centrais GSEE, do sector privado, e da Adedy, do sector público. Ambas contestam as medidas anti-sociais do projecto de orçamento do Estado para 2018, que impõe novos aumentos de impostos.

Sob pressão dos credores da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), o governo chefiado por Alexis Tsipras apresentou recentemente um projecto de lei que altera as condições em que os sindicatos podem convocar greves.

O diploma estabelece como requisitos a aprovação da greve pela maioria dos trabalhadores (50% +1), através de votação.

Face à contestação generalizada, o ministro do Trabalho anunciou que o projecto de lei será alterado.

Os trabalhadores do sector público são igualmente visados pelas exigências dos credores, que desejam reduzir o número de funcionários e submetê-los a processos de avaliação, supostamente para aumentar a eficácia do sector público.

Condenando os novos planos de empobrecimento dos trabalhadores a PAME exige, entre outras medidas, a negociação de uma convenção colectiva nacional, o restabelecimento do salário mínimo nacional em 751 euros, como base para novos aumentos, e uma remuneração diária mínima de 33,57 euros, pondo fim aos «salários de fome» de 586 e de 511 euros.



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