Ryanair aceita reconhecer sindicatos
A companhia aérea irlandesa anunciou, dia 15, que está disposta a reconhecer os sindicatos de pilotos, após estes terem convocado greves em vários países, incluindo Portugal, durante o período natalício.
Em carta enviada aos sindicatos de pilotos da Irlanda, Reino Unido, Alemanha, Itália, Espanha e Portugal, a transportadora de baixo custo convida estas estruturas a entabular conversações com vista ao seu reconhecimento como interlocutores válidos dos pilotos em cada um dos referidos países.
Desde a sua criação, em 1985, a Ryanair nunca aceitou negociar com qualquer sindicato.
Por isso, o recuo foi considerado como «um primeiro passo importante» pela Associação Nacional de Pilotos de Aviação Civil italiana, que desconvocou uma paralisação de quatro horas.
Os comandantes e co-pilotos italianos tinham previsto entrar em greve dia 15, convergindo com a luta dos controladores aéreos pela abertura de negociações sobre os contratos de trabalho.
Na Irlanda e em Portugal, a greve de pilotos marcada para ontem, quarta-feira, 20, foi igualmente desconvocada.
As condições de trabalho e remuneratórias há muito que são motivo de descontentamento da parte dos trabalhadores, mas a companhia sempre ignorou as suas reivindicações.
Porém, no final do Verão, a Ryanair viu-se obrigada a cancelar milhares de voos por falta de pilotos, uns que fizeram valer o seu direito a férias outros que simplesmente abandonaram a companhia.
Perante perdas substanciais, a empresa dirigida pelo polémico Michael O'Leary não podia resistir a mais um período de conflito. O reconhecimento dos sindicatos tornou-se inevitável.