Milhares em Bruxelas pedem democracia para Catalunha
CATALUNHA Cerca de 45 mil pessoas, a esmagadora maioria vinda da Catalunha, manifestaram-se, dia 7, em Bruxelas para denunciar a «falta de democracia em Espanha» e exigir a libertação dos presos políticos.
A manifestação, convocada pelas organizações sociais independentistas Assembleia Nacional Catalã (ANC) e Òmnium Cultural, decorreu sob o lema «Europe wake up! Democracy for Catalonia» (Acorda Europa! Democracia para a Catalunha) e teve como objectivo fazer ouvir no centro político da União Europeia as denúncias e exigências dos independentistas catalães.
Os manifestantes alertaram para a «falta de democracia» em Espanha, exigiram a libertação dos presos políticos catalães que continuam em centros penitenciários de Madrid e reiteraram apoio ao presidente Carles Puigdemont, exilado na Bélgica desde 30 de Outubro, após ter sido destituído pelo governo de Madrid e ameaçado de prisão.
Simbolicamente, a concentração teve lugar Parque do Cinquentenário, inaugurado em 1880 para comemorar os 50 anos da independência da Bélgica. O amplo espaço, donde partiu a manifestação, encheu-se de gente envolta em bandeiras da Catalunha e exibindo cartazes, alguns deles com críticas à União Europeia pelo seu silêncio e apoio ao governo de Madrid na crise catalã.
Já no período de intervenções, Marcel Mauri, representante do Òmnium Cultural, reclamou «respeito» pelas decisões políticas do povo da Catalunha, ideia repetida por Clara Ponsatí, responsável pela Educação no governo destituído, ao sublinhar que «nós, os catalães temos direito à liberdade».
Antes do discurso de Carles Puigdemont, foi lida uma mensagem do ex-vice-presidente Oriol Junqueras, mantido na prisão pelas autoridades espanholas, que reafirmou a vontade de resistência e apelou à participação nas eleições do próximo dia 21, advertindo para os perigos de uma eventual vitória das forças espanholistas.
Por fim, Puigdemont voltou a acusar a União Europeia de «dar apoio» ao presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy e frisou que «queremos uma Europa de cidadãos livres, que escute os seus cidadãos, além de escutar os estados».