PS exclui CDU no distrito de Setúbal
AUTARQUIAS No Barreiro, em Almada, Alcochete e Montijo o PS excluiu a CDU dos órgãos autárquicos. Os eleitos do PCP vão continuar a defender os interesses e direitos das populações.
PS e PSD convergem nas autarquias
Nas eleições do passado dia 1 de Outubro, a CDU foi a segunda força mais votada em todos os órgãos autárquicos do concelho do Barreiro. Na Câmara Municipal, a Coligação PCP-PEV elegeu quatro vereadores, os mesmos que o PS. O PSD obteve um eleito.
«Estes resultados deveriam conduzir a uma participação da CDU, traduzida em responsabilidades executivas nos vários órgãos autárquicos, correspondendo ao peso eleitoral alcançado», defendem, em nota de imprensa, os eleitos do PCP. Não é o caso.
A exclusão da CDU começou logo no processo de instalação das freguesias, com o PS a juntar-se ao PSD. No Barreiro-Lavradio a força mais votada aliou-se ao BE.
Decisão unilateral
No dia 26 de Outubro, foram designados representantes do município em várias entidades externas e no Conselho de Administração dos TCB, abrangendo todos os vereadores do PS e do PSD; foi também escolhido um eleito do PSD como vereador a tempo inteiro na autarquia.
Quatro dias depois, 30 de Outubro, teve lugar a assinatura do despacho do presidente da autarquia, Frederico Rosa, que distribuiu todos os pelouros aos eleitos do PS e do PSD.
«Esta decisão unilateral do PS, que exclui a CDU da distribuição de pelouros e que desconsidera o voto de mais de 11 mil barreirenses, em nada afecta a determinação da CDU e dos seus eleitos de dar voz à população do Barreiro e de assumir, diariamente, a defesa intransigente dos seus direitos», afirmam os comunistas.
ao PSD em Almada
Também em Almada os eleitos da CDU foram «arredados de responsabilidades de gestão» na Câmara Municipal, pelo PS. Em nota de imprensa divulgada no dia 10, os eleitos do PCP afirmam que «o PSD não dispõe de expressão política e apoio eleitoral» que justifique a distribuição de pelouros e responsabilidades «em áreas tão importantes como a energia, transportes, clima, ambiente, espaços verdes e parques urbanos, rede viária, manutenção e logística».
Os comunistas abordaram, de igual forma, a nova composição do Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (dois eleitos do PS, incluindo a própria presidente da Câmara Municipal, e um eleito do PSD), cuja proposta foi aprovada na primeira reunião da autarquia, com os votos contra dos vereadores da CDU e a abstenção do BE. Esta «composição política» do Conselho de Administração dos SMAS suscita à CDU «as mais sérias reservas quanto à garantia do prosseguimento de uma política de afirmação e defesa intransigente de uma gestão pública e municipal da água enquanto bem essencial e de primeira necessidade das populações».