É nas empresas que se trava a luta decisiva por salários e direitos

ACÇÃO REI­VIN­DI­CA­TIVA Num al­moço com ac­ti­vistas e di­ri­gentes sin­di­cais da in­dús­tria, re­a­li­zado no sá­bado na Quinta da Ata­laia, Je­ró­nimo de Sousa re­a­firmou o ca­rácter es­tra­té­gico da luta rei­vin­di­ca­tiva.

As mul­ti­na­ci­o­nais querem des­re­gular os ho­rá­rios de tra­balho

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Todos os anos, mi­li­tantes co­mu­nistas dos sec­tores reu­nidos na Fi­e­qui­metal, ac­tuais e an­tigos di­ri­gentes e ac­ti­vistas sin­di­cais pro­movem um al­moço con­vívio na Quinta da Ata­laia para o qual con­vidam o Se­cre­tário-geral do Par­tido, ope­rário me­ta­lúr­gico de pro­fissão e, du­rante anos, di­ri­gente sin­dical e de co­mis­sões de tra­ba­lha­dores. Daí Je­ró­nimo de Sousa ter-se re­fe­rido, a dada al­tura da sua in­ter­venção, ao «nosso sector»: a Fi­e­qui­metal é a fe­de­ração da CGTP-IN que agrupa os sin­di­catos das in­dús­trias me­ta­lúr­gica, quí­mica, eléc­trica, far­ma­cêu­tica, ce­lu­lose, grá­fica, im­prensa, energia e minas.

Este ano, a ini­ci­a­tiva coin­cidiu com o de­bate par­la­mentar do Or­ça­mento do Es­tado para 2018, o que levou o di­ri­gente co­mu­nista a de­dicar parte da sua in­ter­venção à ava­li­ação do do­cu­mento, que, va­lo­rizou, in­clui avanços que a in­ter­venção do PCP e a luta dos tra­ba­lha­dores e do povo tor­naram pos­sí­veis: as re­du­ções no IRS para mi­lhões de por­tu­gueses, o au­mento do «mí­nimo de sub­sis­tência», uma nova va­lo­ri­zação ex­tra­or­di­nária das re­formas e pen­sões ou a ma­jo­ração do abono de fa­mília para cri­anças até três anos foram al­gumas das me­didas re­fe­ridas por Je­ró­nimo de Sousa.

Os di­reitos que foi pos­sível al­cançar na ac­tual fase da vida po­lí­tica na­ci­onal con­firmam que, como o PCP sempre disse, havia al­ter­na­tiva ao agra­va­mento da ex­plo­ração e do em­po­bre­ci­mento pro­ta­go­ni­zado pelo go­verno PSD/​CDS e pela troika, mos­trando que esses dois par­tidos foram «bem der­ro­tados» nas elei­ções le­gis­la­tivas de 2015. Mas os avanços re­gis­tados, sendo po­si­tivos, são ainda muito ili­mi­tados e in­su­fi­ci­entes, in­sistiu o Se­cre­tário-geral co­mu­nista, re­a­fir­mando a ne­ces­si­dade de se ir mais longe na de­fesa, re­po­sição e con­quista de di­reitos.

Aos tra­ba­lha­dores está co­lo­cada, como até aqui, a ne­ces­si­dade de re­forçar a sua or­ga­ni­zação e luta e de de­sen­volver, a partir das em­presas, uma «acção rei­vin­di­ca­tiva forte», re­alçou. Esta luta é o subs­trato para grandes avanços pro­gres­sistas e re­vo­lu­ci­o­ná­rios.

Mo­tivos para lutar

O au­mento dos sa­lá­rios para todos os tra­ba­lha­dores e a fi­xação, já em Ja­neiro, do Sa­lário Mí­nimo Na­ci­onal em 600 euros é, para o PCP, uma questão fun­da­mental para a jus­tiça so­cial e o cres­ci­mento eco­nó­mico e, também, um forte mo­tivo para a mo­bi­li­zação e luta dos tra­ba­lha­dores. Re­al­çando não haver qual­quer razão para que o sa­lário mí­nimo na­ci­onal não seja fi­xado nesse valor, o di­ri­gente do PCP acusou o Go­verno de se querer re­fu­giar atrás de um en­ten­di­mento com o BE para ficar aquém desse valor.

Je­ró­nimo de Sousa re­alçou ainda a co­e­xis­tência, num mesmo tempo, de avanços nos di­reitos dos tra­ba­lha­dores e do povo e de uma ofen­siva do grande ca­pital vi­sando o au­mento da ex­plo­ração e a re­gressão de di­reitos, par­ti­cu­lar­mente os que se re­la­ci­onam com os ho­rá­rios de tra­balho: a des­re­gu­lação, os bancos de horas, os ho­rá­rios con­cen­trados e a eli­mi­nação do sá­bado como dia de des­canso se­manal são, hoje, al­gumas das in­ten­ções das mul­ti­na­ci­o­nais, numa es­tra­tégia con­cer­tada.

Tal como tinha já sido feito antes por Ro­gério Silva, di­ri­gente da Fi­e­qui­metal, Je­ró­nimo de Sousa va­lo­rizou a in­tensa luta tra­vada pelos tra­ba­lha­dores dos di­versos sec­tores, com des­taque para a Au­to­eu­ropa, a So­mincor, a CelCat, a Al­mina ou os call­cen­ters da EDP. O di­ri­gente sin­dical tinha mesmo re­al­çado não haver pra­ti­ca­mente se­mana sem greves pro­mo­vidas pelos sin­di­catos da fe­de­ração.

O con­vívio pros­se­guiu pela tarde fora.

 



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