Novo surto de Legionella revela insuficiências antigas
O PCP, através do seu Gabinete de Imprensa, emitiu um comunicado no dia 5, a propósito do mais recente surto de Legionella detectado no Hospital de São Francisco Xavier, que tinha afectado até esse momento 18 doentes e um trabalhador. Mas o universo das pessoas infectadas pode ser mais largo, acrescenta-se, pois é conhecido que o período de incubação desta doença pode ir até dez dias. Esta situação obriga a um «reforço de meios, quer na identificação rápida da origem do problema e da sua resolução, quer no tratamento dos doentes infectados».
O facto de este surto ter ocorrido numa unidade hospitalar «com centenas de trabalhadores e doentes, muitos deles idosos e por isso mais vulneráveis à doença», torna a situação particularmente grave, acrescenta o comunicado, que recorda ainda situações anteriores ocorridas noutros hospitais. Toda esta situação demonstra desde logo a «falta de investimento numa área fundamental para a saúde pública que é o controlo desta doença».
Mas as insuficiências são mais vastas, realça ainda o PCP, referindo-se às que se relacionam com matérias de prevenção e monitorização verificadas na intervenção do Ministério da Saúde e, em particular, da Direcção-Geral da Saúde. Elas, no essencial, resultam de uma «política financeira restritiva que tem vindo a ser implementada há muito tempo, particularmente no último governo PSD/CDS, e que limita não só o investimento em meios humanos e técnicos como impede o investimento na renovação e reparação de equipamentos e nos edifícios onde funcionam as unidades de saúde».
No comunicado, o PCP dá a conhecer a sua intenção de chamar o ministro da Saúde à Assembleia da República para prestar esclarecimentos rigorosos aos deputados acerca de questões tão decisivas quanto a forma de funcionamento do Programa de Vigilância Epidemiológica Integrada da Doença dos Legionários, os seus responsáveis e os investimentos nele feitos após o surto de 2014 em Vila Franca de Xira.
No fecho desta edição, o número de afectados ascendia já a mais de três dezenas de pessoas infectadas e duas vítimas mortais.