Ex-trabalhadores dos ENVC aguardam por soluções
Os ex-trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo que já deixaram de receber o subsídio de desemprego, cujas condições de vida estão a agravar-se de forma dramática de dia para dia, continuam a aguardar pela data de uma reunião que lhes foi prometida com vista a conhecerem «uma solução» para os seus problemas.
A marcação dessa reunião foi acordada no final de uma outra realizada em 27 de Maio, em Viana do Castelo, que sentou à mesa o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e a comissão representativa dos ex-trabalhadores dos ENVC, onde foi exposta a difícil situação destes e de suas famílias.
É essa nova reunião que serviria para «transmitir uma solução» para os problemas entretanto identificados que continua por realizar, não se vislumbrando assim «qualquer solução para a situação dos ex-trabalhadores e das suas famílias», como refere a deputada comunista Carla Cruz na missiva que dirigiu ao Ministério do Trabalho e onde solicita esclarecimentos sobre os motivos que impediram a concretização da referida reunião.
Em causa está, recorde-se, a situação presente dos ex-trabalhadores dos ENVC após a cessação do subsídio de desemprego, cenário que o PCP antecipou e para o qual alertou desde a primeira hora. Sem qualquer tipo de prestação ou apoio social, muitos deles «fazem parte da categoria dos que são novos para a reforma, mas velhos para que as empresas os contratem para trabalhar», lembra a parlamentar do PCP, que acrescenta haver ainda um «conjunto significativo» de outros que pela idade e por estarem na condição de desempregados de longa duração «poderão aceder à reforma antecipada mas ficarão sujeitos a cortes nas pensões».
Por isso a insistência de Carla Cruz em obter informação do Governo, nomeadamente quanto a saber se já definiu medidas para reduzir as consequências negativas do fim do subsídio de desemprego para os ex-trabalhadores dos ENVC e, em caso afirmativo, quais e para quando a sua apresentação e incremento.