O povo com a CDU para ir mais longe
Projecto alternativo, distinto e com provas dadas
Em dois dias de périplo pelo interior do Alentejo, o Secretário-geral do PCP esteve em iniciativas em cinco concelhos em que o PCP-PEV tem maioria, e em três que a Coligação Democrática Unitária almeja fazer regressar ao projecto alternativo, distinto e com provas dadas que protagoniza.
Somente três dos oito municípios visitados (Montemor-o-Novo, Castro Verde e Serpa) não conheceram outra gestão que não fosse a dos comunistas, ecologistas e dos aliados sem filiação partidária, os quais com aqueles sempre têm estado na defesa das legítimas aspirações populares ao progresso e ao desenvolvimento em cada terra.
Alandroal, Beja, Borba, Vendas Novas e Mértola, sendo concelhos de forte implantação eleitoral do PCP-PEV, têm experiência de lideranças autárquicas do PS, já superadas nos dois primeiros casos, e em vias de superação nos restantes três. Pelo menos é o que a CDU coloca como objectivo.
Experiências de gestão PS com maus resultados, como foi aliás sublinhado pelas candidaturas da CDU, que disso mesmo deram exemplos e factos. Daí que um dos elementos que sobressaiu nas jornadas do fim-de-semana tenha sido a necessidade de a CDU manter e reforçar posições onde é maioria – derrotando vãs e mesmo faraónicas promessas de maior qualidade de vida e desenvolvimento que o PS não concretizou nos casos onde as populações se deixaram iludir – bem como de reconquistar concelhos que são hoje prova irrefutável de que não há projecto como aquele que a CDU implementa.
Pela sua capacidade de resolver problemas e reivindicar, nas instituições como nas ruas, a sua resolução quando se trata de atribuições da Administração Central. Pelo comportamento distinto dos eleitos da CDU, pautado pela honestidade e trabalho e animado pelo princípio de servir a população e não servir-se deste ou daquele cargo ou posição. Pelo seu vínculo à defesa do interesse público, dos serviços e funções sociais do Estado e do povo, como realçou várias vezes Jerónimo de Sousa.
Isso mesmo é reconhecido antes de mais pelas populações, constatámos quer no sábado no distrito de Évora, quer no domingo no de Beja, sendo justo salientar que as iniciativas assumiram um carácter de massas, confirmando que a CDU está no terreno com uma campanha centrada na mobilização para o esclarecimento.
Molduras humanas de mais de uma centena de activistas e apoiantes participaram nos contactos e encontros com a população em Vendas Novas, Castro Verde e Mina de São Domingos (Mértola); pelo menos 250 pessoas marcaram presença no jantar em Borba, mais de 600 no almoço em Beja e quase outras tantas no jantar em Serpa, testemunham-no.
Fazer mais e melhor
Aqui chegados, importa perguntar: porque é que a CDU chama o povo ao voto? Jerónimo de Sousa e bem assim os cabeças-de-lista aos órgãos municipais foram respondendo. Em síntese reiteraram que não é para benefício próprio nem para mostrar, mas para continuar a obra notável, nalguns casos, ou para a retomar, noutros.
Na arruada que durante boa parte da manhã de sábado percorreu o centro da cidade de Vendas Novas, o Secretário-geral do Partido, acompanhado pelos primeiros candidatos à Câmara e Assembleia municipais, João Teresa Ribeiro e Clarisse Fernandes, e pelos cabeças-de-lista às freguesias de Vendas Novas e Landeira, César Florindo e Júlio Boavista, não desperdiçaram a oportunidade de apelar à mudança, desafiando a população a voltar a confiar na CDU ao fim de quatro anos de gestão PS.
Já em Montemor-o-Novo, o caso é outro. Trata-se de prosseguir a intervenção. Para isso, importa prestar contas do trabalho realizado e dar a conhecer os candidatos comprometidos com um programa simultaneamente realista e audaz, combatendo, deste modo, quem faz das autárquicas «uma exposição de fotos» ou «um concurso de ideias», como afirmou Vitalina Sofia, cabeça-de-lista à Assembleia Municipal e a primeira a usar da palavra no encerramento do almoço-comício.
Estava dado o mote para Hortênsia Menino, presidente da Câmara Municipal e recandidata a um novo mandato, detalhar as razões pelas quais «a equipa de gente capaz e desta terra levantada do chão», se apresenta sob o lema «Obra Feita. Provas dadas. Mais Montemor com a CDU», referindo-se com detalhe aos projectos lançados ou em fase de execução pela Câmara Municipal, num total de quatro milhões de euros, e divulgando o conjunto de propostas estruturantes para o concelho.
Ao final da tarde de sábado, no Alandroal, no encontro com a população sobressaíram razões para que a equipa liderada por Mariana Chilra, recandidata à Câmara pelo PCP-PEV, dê seguimento à recuperação do município, iniciada há quatro anos. Isto depois de 12 anos de gestão PS cuja herança foi uma dívida de 23 milhões de euros.
Apesar da tarefa ter sido áspera, a CDU «foi capaz de cumprir todos os compromissos assumidos com a população» levando a cabo «obras em todas as freguesias», disse a primeira candidata à Câmara, que deixou ainda a garantia de que «estamos preparados para fazer mais e melhor» com a «competência que não se encontra noutras candidaturas».
A finalizar o primeiro dia de campanha no Alentejo, a comitiva liderada por Jerónimo de Sousa rumou a Borba. Aqui a esperança de fazer regressar o concelho ao projecto da CDU assenta em perspectivas fundamentadas e constitui uma necessidade. É o que consideram João Proença e Jorge Pinto, cabeças-de-lista à Câmara e Assembleia municipais, para quem Borba tem a oportunidade de inverter o rumo de declínio cavado quer pelo PS quer pelo movimento «independente» que governou o município no último mandato, e avançar com a visão estratégica de desenvolvimento sustentável e inclusivo que a CDU propõe.
Reforçar e vencer
Ao segundo dia de périplo pelo Alentejo, a caravana da CDU começou a jornada na Praça da Liberdade, em Castro Verde. A obra realizada pela CDU desde as primeiras eleições para o Poder Local Democrático instituído com a Revolução de 25 de Abril, foi, aliás, referida pelo cabeça-de-lista à Câmara Municipal, Francisco Duarte.
O actual edil lembrou que, em 40 anos, Castro Verde passou a ter electricidade e iluminação pública, rede de água potável e saneamento básico, escolas, espaços e equipamentos de cultura (incluindo um conservatório de música), lazer, convívio, desporto e apoio à terceira idade e à infância, não sendo por isso de estranhar que o povo tenha repetidamente confiado na CDU. No próximo dia 1 de Outubro não será diferente, acredita Francisco Duarte, que junto com o colectivo local se desdobra a dar nota daquilo que foi feito, daquilo pelo que a CDU se bateu junto das entidades competentes e o que propõe para o concelho.
No almoço em Beja, logo em seguida, com a nave do pavilhão da Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral sem espaço para acomodar mais gente à mesa, João Rocha foi o primeiro a discursar no palco em que se encontravam os primeiros candidatos à Assembleia Municipal e às freguesias e uniões de freguesia.
Presidente da Câmara e recandidato, João Rocha chamou à atenção para o muito que foi feito pese embora a herança deixada pelo PS (dívida, desorganização dos serviços, incapacidade para concorrer a fundos comunitários), considerando, por isso, que «não são precisas muitas palavras» quando «a obra está à vista».
Em nome do PEV e antes de Jerónimo de Sousa encerrar o período de intervenções, José Luís Ferreira insistiu que «a CDU tem candidatos e projecto para Beja». O deputado e membro do Conselho Nacional do Partido Ecologista voltaria a tomar a palavra em Serpa, na última iniciativa do fim-de-semana, para realçar que ao estar na vanguarda da promoção da investigação em agricultura biológica, a Câmara Municipal de Serpa evidencia que o projecto da CDU é o que melhor garante o progresso nos concelhos e freguesias, contribuindo, dessa forma, para o desenvolvimento nacional e o combate ao abandono do mundo rural.
Antes de José Luís Ferreira, o cabeça-de-lista à Assembleia Municipal, Efigénio Palma, já havia lembrado da tribuna que «o pior cego é o que não quer ver», referindo-se àqueles que acusam a Coligação Democrática Unitária de não ter feito tudo o que podia e devia no concelho.
O primeiro candidato à Câmara Municipal e actual presidente, Tomé Pires, aproveitou o mote e atribuiu ao PS a responsabilidade de ainda não terem sido repostas as freguesias roubadas ao povo pelo anterior governo PSD/CDS. Uma entre várias matérias acerca das quais «o PS assobia para o lado», mas que podiam já constituir avanços como aqueles que têm sido alcançados por insistência e determinação do PCP, recordou ainda.
O lema da candidatura da CDU aos órgãos autárquicos à «terra forte» é continuar e consolidar. Nesse sentido, Tomé Pires avançou com um balanço sucinto do trabalho e da intervenção realizadas e com propostas para o próximo mandato.
Antes do jantar-comício em Serpa, o Secretário-geral do Partido foi recebido por uma multidão na Mina de São Domingos. Naquela tarde de domingo, boa parte da aldeia foi até ao Centro Republicano 5 de Outubro. Para receber Jerónimo de Sousa e apoiar as candidaturas de José Brás à Freguesia de Corte do Pinto, e de Orlando Pereira à Câmara Municipal de Mértola.
Homem de trabalho e da terra, ligado ao movimento associativo e à comunidade local, José Brás, com uma convicção inabalável, salientou que «vamos ganhar para trabalhar em prol da nossa freguesia».
Orlando Pereira, primeiro candidato à Câmara Municipal de Mértola também está confiante no triunfo. São já muitos anos de gestão PS (16), a qual, acusou, agravou a desertificação e o definhamento económico e social do concelho, pelo que manifestou a determinação de resgatar Mértola do fundo da lista dos concelhos mais deprimidos e empobrecidos. As desigualdades e a exclusão social estavam estampadas nos rostos dos que ali se encontravam, de pé e de cabeça erguida, conscientes de que, com a CDU, é possível uma vida melhor para quem trabalha.
O voto que faz avançar
as autarquias e o País
Nas oito iniciativas em que participou em dois dias no Alto e Baixo Alentejo, Jerónimo de Sousa interveio sempre no encerramento, sublinhando razões que validam a confiança na CDU sob uma mesma ideia-força: é o voto que contribui para o progresso nas autarquias em vários domínios, e que cria melhores condições para alcançar avanços como aqueles já verificados na corrente fase da vida nacional.
Nos casos em que a população repetidamente tem confiado na CDU ou voltou a fazê-lo depois de gestões PS de má memória e herança, o Secretário-geral do Partido lembrou que tal decorre do facto de as gestões CDU, fiéis ao princípio de «defesa do interesse público, dos trabalhadores e das populações acima de qualquer outros», concretizarem um projecto que assegura e «afirma direitos» e constrói «mais desenvolvimento económico e emprego, mais cultura, património e educação, mais igualdade, intervenção social e qualidade de vida», disse em Montemor-o-Novo.
Em Beja foi mesmo mais longe chamando à colação a prioridade dada ao «investimento nos equipamentos escolares; na atribuição às associações locais da confecção de refeições escolares (antes entregue a privados); na promoção de projectos estruturantes em parceria com as escolas; no apoio dado à famílias no pré-escolar».
Quanto ao impulso que o reforço de comunistas e ecologistas pode dar a novas conquistas no plano nacional, Jerónimo de Sousa deixou claro que «o PCP não desperdiçará nenhuma oportunidade, actual ou futura, para dar resposta aos problemas, aspirações e necessidades do povo e do País».
Neste contexto, defendeu a urgência do descongelamento das carreiras na Administração Pública; um aumento mínimo de 10 euros para todas as pensões acima da inflação já em 2018; uma política fiscal que desagrave os impostos sobre os trabalhadores; a eliminação de legislação que facilita o trabalho precário, bem como dos cortes no valor pago pelo trabalho nocturno ou extraordinário; a reposição dos 25 dias de férias que o governo PSD/CDS reduziu para 22 dias.
Sobre investimento público, o Secretário-geral do Partido considerou, ainda, que «não há desenvolvimento possível com níveis tão abaixo das necessidades». Por isso propôs um melhor aproveitamento e participação das autarquias nos fundos comunitários, maiores níveis de investimento do Estado, antes de mais na Educação e Saúde, mas também em «domínios vitais como os das infra-estruturas ou transportes». Manifestou-se por isso favorável à «ruptura com o modelo das PPP», as quais representam «contratos que arruínam o Estado para enriquecer grupos económicos», e a «um sistema de transportes assente em empresas públicas» que efectivamente garanta «o serviço público às populações e o apoio à actividade produtiva».