Para além do número de participantes, foi o enorme entusiasmo que marcou a iniciativa, realizada num grande pavilhão do concelho algarvio cuja maioria a CDU conquistou em 2013, a dar razões de sobra para confiar no reforço das posições nos órgãos municipais e nas freguesias. Como foi sublinhado nos diversos discursos, o trabalho realizado nestes quatro anos em Silves nas diversas áreas da competência do poder local constitui uma «sondagem» positiva para a Coligação PCP-PEV.

Na sua intervenção, o Secretário-geral do Partido valorizou o «notável trabalho realizado na recuperação financeira do município e da sua credibilidade; na importante obra e investimentos realizados e em curso; na intervenção e iniciativa própria na promoção das potencialidades produtivas e da economia do concelho; no apoio às lutas das populações na concretização das suas justas reivindicações, nomeadamente no direito à saúde». Perante esta avaliação, Jerónimo de Sousa mostrou-se convencido de que o povo do concelho «não vai deixar de reconhecer a absoluta diferença para melhor que resulta da gestão da CDU».

Antes, Rosa Palma tinha já recordado a situação dramática em que a CDU encontrou o município em 2013 e o muito que foi desde então realizado. A actual presidente destacou ainda o facto de ter sido travado e invertido o rumo desastroso que vinha sendo seguido: a interrupção do processo de privatização da água, do saneamento e da higiene urbana, que estava encetado, e a consagração do horário de 35 horas e dos 25 dias de férias para os trabalhadores marcam a diferença da CDU, no Algarve como no País. Tudo o que se conseguiu, acrescentou a candidata, foi com «organização, empenho, espírito de missão e trabalho colectivo». Assim será também no próximo mandato, garantiu.

Para a mesa do comício que se seguiu ao jantar foram chamados pela vereadora e candidata Luísa Luís os cabeças de lista da CDU às câmaras municipais do Barlavento Algarvio e de todos os órgãos autárquicos do concelho de Silves. Intervieram ainda Vítor Rodrigues, que encabeça a lista à Assembleia Municipal, e o dirigente do PEV Joaquim Correia.

Descentralização e avanços
Jerónimo de Sousa, na sua intervenção, não se limitou às questões locais, aproveitando para responder ao desafio lançado pelo Governo sobre descentralização. O dirigente comunista, que não separa este conceito dos de participação, proximidade, autonomia e capacidade de realização, reafirmou as propostas do PCP de reposição das freguesias, de uma nova lei das finanças locais e da criação das regiões administrativas.

Sublinhando a dimensão nacional das eleições de 1 de Outubro, Jerónimo de Sousa realçou que a importância do reforço da CDU é hoje evidente nos avanços possibilitados pela situação política encontrada após a derrota do governo PSD-CDS em Outubro de 2015. Estando-se ainda muito aquém do possível e necessário, o dirigente comunista referiu alguns avanços recentes, «indissociáveis da luta e da iniciativa do PCP»: a gratuitidade dos manuais escolares a todos os alunos do 1.º ciclo (cerca de 370 mil); o acesso gratuito a museus e monumentos nacionais aos domingos e feriados de manhã; e o aumento extraordinário das pensões de reforma, abrangendo mais de dois milhões de reformados com pensões até 631 euros.

CDU é voz insubstituível em Olhão e Lagos

Antes de Silves, o Secretário-geral do PCP participou em iniciativas nos concelhos de Olhão e Lagos. No primeiro, almoçou com 150 activistas, apoiantes e candidatos da CDU, na Fuzeta. Uma vez mais, o entusiasmo que rodeou a iniciativa, como o resto da campanha no local, permite à CDU aspirar a crescer em Olhão, depois de em 2013 ter recuperado o vereador e aumentado a expressão eleitoral em todos os órgãos.

O vereador e primeiro candidato da CDU, Sebastião Coelho, deu conta da acção realizada no actual mandato, realçando em particular o contacto com todas as unidades produtivas, serviços e instituições concelhias. A solidariedade aos viveiristas, mariscadores e habitantes da Ria Formosa na sua luta por melhores condições de vida e de trabalho e contra as demolições das suas habitações foi também uma marca constante da acção autárquica da CDU. Ao contrário de outros, os candidatos e eleitos da Coligação Democrática Unitária PCP-PEV fazem o que dizem e são coerentes, dizendo o mesmo nas ruas, junto das populações, e nas várias instituições onde se encontram representados.

Ao final da tarde, em Lagos, o Secretário-geral do PCP integrou uma acção de rua da CDU, na qual participaram os primeiros candidatos aos órgãos municipais – Ana Paula Viana, à Câmara, e José Manuel Freire, à Assembleia – e muitos outros candidatos e activistas, que distribuíam aos comerciantes e à população folhetos com as propostas para o concelho. Ana Paula Viana partiu do lema da CDU em Lagos, «Ouvir a população, construir o futuro», para afirmar a diferença do projecto da Coligação, que assenta na participação popular nos destinos das suas terras. Ao contrário, acusou, o PS promove o «défice democrático» no concelho, não cumprindo obrigações legais que impõem uma efectiva discussão pública de determinados instrumentos de gestão.