Numa nota emitida no dia 13, a estrutura local da Coligação Democrática Unitária PCP-PEV refere-se às declarações proferidas dois dias antes numa jornada de campanha do PSD em que participaram Pedro Passos Coelho e o candidato Nuno Carvalho, que deixaram claro o «desconhecimento que esta candidatura e o PSD têm da sua cidade e do seu concelho». Este facto ficou logo claro quando o líder e o candidato foram questionados sobre os problemas colocados pela coincineração na cimenteira do Outão.

Para a CDU, ambos revelaram a «incomodidade de quem é apanhado em falso a defender mais turismo para uma cidade que tem crescido nesse sector como nunca». A verdade é que o PSD é também responsável pela queima de resíduos sólidos na Arrábida e quando esteve no governo «nunca fez nada para resolver o grave problema ambiental que a coincineração representa e as consequências que pode ter na nossa atracção turística».

O candidato Nuno Carvalho, por seu lado, faz passar a ideia de que cabe ao PSD a responsabilidade pela adesão de Setúbal ao Clube das Mais Belas Baías do Mundo, o que não corresponde à verdade. A estrutura concelhia da coligação esclarece que quem conduziu todo o processo de adesão do município foi a CDU após ter vencido as eleições em 2001. Reconhecendo o papel do antigo vereador do PSD Duarte Machado neste processo, a CDU lembra, porém, que ele «tem sido ostracizado pelo seu próprio partido por, nestes anos de progresso do concelho, ter querido trabalhar com os eleitos da CDU» em prol da sua cidade.

«Esquecimentos» e mentiras
Mas Passos Coelho e Nuno Carvalho não se ficaram por aí, denuncia a CDU, acusando um e outro de pretenderem esconder «todos os dossiers relativos a Setúbal que sucessivos governos do PSD deixaram na gaveta». De entre eles assume particular gravidade a questão da passagem dos terrenos da zona ribeirinha sem utilização portuária para a gestão municipal.

Só um «estranho e conveniente “esquecimento”», realça a Coordenadora Concelhia da CDU, pode justificar que Passos Coelho, tendo a seu lado o candidato do PSD, tenha acusado a Câmara de «não ter explorado o potencial da nossa zona ribeirinha, área que onde é consensualmente reconhecido ter havido nos mandatos da CDU uma transformação histórica com a sua abertura à população». Outras matérias, como o Convento de Jesus ou o Fórum Luísa Todi, contaram com o bloqueio governamental do PSD.

A CDU acusa ainda o PSD de recorrer à mentira, sendo um dos casos mais flagrantes o da petição sobre o IMI, em que as assinaturas entregues tinham muitos nomes repetidos e outros inventados para assim tentar «engrossar o número de supostos apoiantes desta petição que, falsamente, afirmam ter sido aprovada na Assembleia Municipal».