Candidatos aos órgãos autárquicos lisboetas e activistas da coligação PCP-PEV estiveram em grande número no espaço reservado para a sessão de apresentação do programa eleitoral da CDU, ocorrida ao final da tarde do passado dia 23, no Largo de São Carlos.
Da tribuna, coube ao primeiro candidato ao executivo municipal, João Ferreira, salientar algumas das linhas mestras que devem nortear a condução da capital do País, designadamente resgatá-la «da especulação imobiliária, que exclui e segrega, que entrega nas mãos de poucos o que é de todos e a todos deve servir», combater «a Lisboa transformada em produto de consumo, despida de gente e da matriz identitária que a tornou apetecível e desejada», e «enfrentar corajosamente» o desafio de resolver problemas que nem PSD nem PS, nos últimos 16 anos, «quiseram ou souberam resolver».

Entre estes problemas estão as carências na «habitação, a agonia dos transportes públicos, do trânsito e do estacionamento, o esvaziamento e desarticulação dos serviços públicos, a sofrível qualidade ambiental, a desatenção perante as necessidades específicas dos mais velhos e dos mais novos», detalhou João Ferreira, antes de adiantar os alicerces em que assentam 35 medidas e propostas concretas inscritas no programa respeitantes, entre outras áreas, à política de habitação, defesa dos serviços públicos, valorização do trabalho, dos trabalhadores e da população, ao ordenamento do território, à criação e fruição cultural, ao desporto, educação e mobilidade, ao desenvolvimento económico ou à juventude.

«O programa da CDU para Lisboa está, por agora, nas vossas mãos», disse ainda João Ferreira para apelar aos presentes a que o dêem a conhecer ao maior número possível de lisboetas, na certeza de que quanto mais sucesso tiver esse objectivo maior será a probabilidade de fazer a diferença na governação de Lisboa.

No encerramento da sessão, o Secretário-geral do PCP assinalou um dos aspectos que distinguem a CDU: o facto de os seus programas eleitorais não serem «um mero elenco de propostas, mais ou menos sonoras, elaboradas para valer apenas como instrumento de apelo ao voto». Pelo contrário, são «um compromisso que se quer ver respeitado e cumprido, pelo qual se presta contas» e que, no caso de Lisboa, «decorre de um percurso de décadas de intervenção na cidade».